Portugal
é um país com quase 900 anos e ao longo destes séculos nasceram, aqui, portugueses notáveis que contribuíram grandiosamente para a sua rica História, Ciências, Desporto, Artes e Cultura.
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D. Afonso Henriques de Soares dos Reis |
Idade Antiga
Viriato - Guerreiro e líder dos Lusitanos, povo que habitava a Lusitânia (sul da Ibéria), e que resistiram mais de 150 anos às invasões da Antiga Roma, sob as tácticas de batalha de Viriato.
Júlio César terá dito: "Há, nos confins da Ibéria, um povo que nem se governa nem se deixa governar". Alguns historiadores atribuem esta observação ao general romano Galba, que terá enviado ao imperador.
"O povo guerreiro lusitano", como foi descrito pelo historiador e filósofo grego Estrabão, foi derrotado, após Viriato ter sido assassinado à traição.
Os Lusitanos são antepassados dos portugueses.
Idade Média
D. Afonso Henriques (1111-1185) - Fundador e primeiro rei do Reino de Portugal.
Após a morte do seu pai, Conde D. Henrique do Condado Portucalense, D. Afonso Henriques enfrenta as forças militares da mãe, D. Teresa, em batalha (Batalha de S. Mamede) que pretendia integrar o Condado no reino da Galiza. Depois de vencer a mãe, luta contra os exércitos castelhanos pela independência do reino de Leão, ao mesmo tempo que luta contra os mouros pela Reconquista da Ibéria. A sua valentia e determinação conquistam a independência do condado e a reconquista de várias terras do sul aos mouros. Luta que seria continuada até à sua morte e pela sua descendência e dinastia até à conquista da última terra algarvia.
D. Egas Moniz, o Aio - D. Egas Moniz foi um rico homem portucalense, a quem Conde D. Henrique do Condado Portucalense confiou a educação do filho, D. Afonso Henriques. Conta a lenda que, por altura do cerco a Guimarães, Egas Moniz negociou a paz com o rei castelhano Afonso VII, em troca da vassalagem de D. Afonso Henriques. No entanto, um ano depois, D. Afonso Henriques quebra o prometido e invade a Galiza.
Vestidos de condenados, Egas Moniz e a sua família apresentaram-se na corte de D. Afonso VII, em Castela, pondo as suas vidas como penhor da promessa quebrada. O rei castelhano, diante da coragem e humildade de Egas Moniz, decidiu perdoar-lhe. Egas Moniz ressalvava a sua honra e também a de Afonso Henriques.
S. Teotónio (1082?-1162?) - Nasceu em Tardinhade, freguesia de Ganfei, concelho de Valença, numa família nobre do Alto Minho.
Segundo as crónicas, foi amigo e aliado de Afonso Henriques, tendo ajudado a destronar a D. Teresa de Leão, a qual terá excomungado.
Foi um dos fundadores do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde foi prior e sepultado. Foi o primeiro santo português, canonizado, em 1163, e é o padroeiro de Viseu, de Valença e de São Teotónio, em Odemira.
Gualdim Pais (1118-1195) - D. Gualdim Pais nasceu em Amares, região de Braga. Escudeiro de D. Afonso Henriques, combateu ao seu lado contra os mouros, vindo a ser ordenado cavaleiro no campo da batalha de Ourique, em 1139. Depois tornou-se cavaleiro cruzado e freire templário, partindo a seguir para a Palestina onde combateu durante cinco anos. No seu regresso, em 1157, foi ordenado Mestre da Ordem dos Templários em Portugal.
Ele é o fundador das cidades de Pombal e Tomar e do Convento de Cristo(sede dos Templários portugueses) e Castelo de Almourol.
Martim Moniz - Segundo a lenda, foi um cavaleiro que morreu entalado entre portas do Castelo de São Jorge, impedindo que estas se fechassem para permitir a passagem dos cavaleiros de D. Afonso Henriques. Este herói português terá dado a sua vida pela conquista de Lisboa aos mouros(1), em 1147. Martim Moniz tornou-se numa figura lendária da história de Portugal.
Geraldo Geraldes (1187-1173) - Era conhecido como Geraldo sem pavor. Foi um nobre destemido que conquistou Évora aos mouros e ofereceu ao rei D. Afonso Henriques, integrando-a assim nos reinos de Portugal. Recebeu do rei, o titulo de alcaide perpétuo da cidade. Morreu em Ceuta, em 1173, em circunstâncias desconhecidas.
Santo António (1195-1231) - De origem nobre, nasceu em Lisboa, com o nome de Fernando. Aos 15 anos entrou na Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho.
Mais tarde, ao receber, no mosteiro, os restos mortais de missionários franciscanos martirizados em Marrocos, desperta-lhe a vocação franciscana. Junta-se, então, à Ordem dos Franciscanos, muda o seu nome para António e parte em missão para Marrocos. Mas viria a ser contagiado por uma febre malária e o seu navio de regresso é desviado para a Sicilia, por uma tempestade. Sendo acolhido pelos franciscanos italianos. Pregou o catolicismo em Itália e na França. Foi um defensor dos pobres, desafiando sempre e abertamente os opressores.
É um dos santos mais venerados em Portugal e muito popular como santo casamenteiro.
O seu milagre mais famoso é o do Sermão aos Peixes, em que numa cidade onde as pessoas se recusavam a ouvi-lo, Santo António dirigiu-se à margem de um rio e começou a pregar aos peixes, que, segundo a lenda, vieram à superfície para o escutar.
Papa Pedro Julião (1205?1210?-1277) - Natural de Lisboa, médico, professor e matemático, também conhecido como Pedro Hispano, foi coroado Papa João XXI, a 20 de Setembro de 1276.
Foi o 187º Papa, um dos mais cultos e o único Papa português da Igreja Católica até ao momento.
Uma das suas obras, o "Tratado Summulæ Logicales" uma análise à lógica de Aristóteles, foi utilizada durante séculos nas universidades europeias.
Este Papa, já doente, teve um fim inesperado e trágico, as paredes do palácio onde vivia, em Viterbo, na Itália, ruíram, sobre ele, matando-o.
D. Dinis de Portugal (1261-1325) - Sexto rei de Portugal deu vários contributos importantes para o Portugal medieval. Contribuiu para o povoamento do território nacional, incentivou ao desenvolvimento da agricultura, do comércio e também da cultura. Ele próprio era um poeta da poesia trovadoresca.
Promoveu, também a educação, fundando a primeira universidade em Portugal, que é das mais antigas do mundo. Assim, como promoveu a língua portuguesa, tornando-a língua oficial da documentação.
Rainha Santa Isabel (1271-1336) - Foi casada com o Rei D. Dinis I e é conhecida como santa pelo Milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, numa manhã fria e geada de inverno, a rainha saiu do Castelo do Sabugal para fazer caridade aos desfavorecidos, levando no regaço do seu vestido pedaços de pão. Entretanto, é surpreendida pelo rei, seu marido, que a questiona sobre o que levava no regaço. Ao que respondeu que eram rosas. Desconfiado, D. Dinis inquiriu-a de novo. "Rosas de Inverno?". A rainha mostrou então o conteúdo do seu regaço e nele só haviam rosas.
D. João I, Mestre de Aviz (1357-1433) - Foi o décimo rei de Portugal, de 1385 à sua morte, em 1433. Teve um papel crucial na garantia da independência de Portugal com a vitória na guerra de sucessão contra Castela - Batalha de Aljubarrota.
Deu início à dinastia de Avis e ao período da expansão marítima, com a conquista da cidade marroquina de Ceuta, em 1415.
Nuno Álvares Pereira (1360-1431) - Considerado um dos maiores guerreiros da História de Portugal, e um génio da estratégia militar. Nunca perdeu nenhuma batalha.
Foi o braço armado do rei D. João I, na crise de sucessão ao trono, com destaque para a batalha de Aljubarrota (1385), que garantiu a independência portuguesa.
Com a consolidação da paz com Castela, abandonou o poder que detinha junto da corte e toda a sua fortuna, para tornar-se frade carmelita. Foi beatificado, em 1918, e canonizado (São Nuno de Santa Maria) em 2009.
A Padeira de Aljubarrota - Brites de Almeida ou Beatriz de Almeida seria natural de Faro. Tornou-se heroína popular por ter matado com a sua pá do pão, 7 soldados castelhanos que tinham fugido da derrota da Batalha de Aljubarrota(1385) e se tinham escondido no seu forno. Talvez mito, mas simboliza, certamente, o ardor patriótico do povo de Aljubarrota.
Fernão Lopes - É considerado o maior historiógrafo da história medieval
Nascido em Lisboa, de origem humilde e escrivão de ofício, aceita, em 1434, o cargo de cronista do reino do, ainda, infante D. Duarte.
Muitas das suas crónicas perderam-se no tempo. Salvaram-se as de D. Pedro I, D. Fernando I e D. João I. Foi o quarto guarda-mor das escrituras da Torre do Tombo.
As crónicas medievais portuguesas de Fernão Lopes, registaram eventos históricos, lendas e costumes da época, que são um valioso testemunho sobre a vida medieval do país.
Idade Moderna
Infante D. Henrique, o Navegador (1394-1460) - Quinto filho do rei D. João I, nascido no Porto, foi uma figura determinante na Expansão e nos Descobrimentos Portugueses. Convenceu o seu pai, o rei D. João I a montar a campanha para a conquista de Ceuta, em 1415. A conquista desta cidade marroquina facilitou manter as rotas marítimas de comércio no Atlântico.
Fundou a mítica Escola náutica de Sagres e patrocinou inúmeras expedições marítimas ao lago da costa africana que levariam à descoberta dos arquipélagos da Madeira e dos Açores e ao reconhecimento da Costa Ocidental Africana, até ao Golfo da Guiné. Fundamentais para as futuras rotas marítimas que levariam à descoberta do caminho marítimo para a Índia e ao estabelecimento do império português no Oriente.
D. Henrique foi também administrador da Ordem de Cristo (Ordem dos Jesuítas), responsável pelas cristianização dos países conquistados.
Gil Eanes (1395?) - Escudeiro do Infante D. Henriques, nascido em Lagos, a quem deu a capitania duma barca, na qual Gil Eanes, à segunda tentativa, dobraria o Cabo Bojador, em 1434. Algo que em 12 anos ninguém tinha conseguido. Este grande feito permitiu o início das descobertas ao longo da costa africana.
D. Fernando, O Infante Santo (1402-1443) - D. Fernando, foi o oitavo filho do rei D. João I e o mais novo.
Dedicou-se à vida religiosa desde cedo, mas em 1437 participou de uma expedição militar ao Norte da África, comandada pelo irmão mais velho D. Henrique, com o objectivo de tomar Tânger.
Os portugueses são cercados pelos marroquinos e D. Fernando acaba por ficar refém, com a condição de Portugal devolver Ceuta, que tinha sido tomada em 1415.
As negociações foram lentas, e em 1438, terá partido de Lisboa um embaixador para tratar dos pormenores da entrega de Ceuta em troca do Infante cativo. Porém, o navio foi atacado por piratas genoveses, causando a morte do embaixador. Este acidente inesperado atrasou as negociações, e entretanto chegaram as notícias da morte do Infante em Fez.
Gomes Eanes de Zurara (1410?-1470?) - Foi o segundo cronista oficial do reino, sob o reinado do rei D. Afonso V. Foi, também, guarda-conservador da Livraria Real e Guarda-mor da Torre do Tombo.
As suas obras são muito importantes para compreendermos a fase inicial da expansão portuguesa e a cultura e mentalidades deste período, tais como: a Crónica da Tomada de Ceuta (terceira parte da Crónica de D. João I), a Crónica da Conquista da Guiné (expondo os feitos do Infante D. Henrique), a Crónica do Conde D. Pedro de Meneses (primeiro capitão de Ceuta) e a Crónica do Conde D. Duarte de Meneses (filho de de D. Pedro de Meneses, capitão e governador de Alcácer Ceguer).
Nuno Gonçalves (1425?-1491?) - Pintor da Corte do rei D. Afonso V. A sua obra mais reconhecida e considerada, por muitos, a obra prima da arte portuguesa são os 6 painéis de São Vicente de Fora, onde retrata 58 figuras em tamanho quase real, que representariam a Corte portuguesa, do século 15. Está no Museu Nacional de Arte Antiga.
Pero Escobar - Navegador natural de Alenquer que descobriu as ilhas de São Tomé, Ano bom e Príncipe. Ele também esteve na primeira viagem de Diogo Cão, na viagem de Vasco da Gama à Índia em 1497 e na viagem de Pedro Álvares Cabral que descobriu o Brasil.
Diogo Cão - Navegador fidalgo, possivelmente nascido em Vila Rela de Trás-os-Montes, que percorreu a desconhecida costa africana em duas expedições, em 1482 e 1485. Nas quais explorou o Congo e o seu rio, o rio Zaire, chegou a Angola, e por último, atingiu o Cabo da Cruz (na actual Namíbia), ao serviço do rei D. João II.
Bartolomeu Dias - Navegador de origem nobre que dobrou o Cabo das Tormentas, no reinado de D. João II, em 1488. Este grandioso feito permitiu fazer a tão desejada ligação entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico. E que mais tarde, fosse possível a descoberta do caminho marítimo para a India.
Esteve também na expedição de Pedro Álvares Cabral em 1500.
Francisco de Almeida (1450-1510) - Natural de Lisboa, filho do 1º conde de Abrantes.
Combateu na Batalha do Toro em 1476 e na reconquista de Granada aos mouros, em 1492.
Em 1505, foi enviado para a Índia, por D. Manuel I, como vice-rei, para impor o domínio português. D. Francisco de Almeida conquistou praças e ergueu fortalezas, para assegurar a presença portuguesa, na Índia.
No ataque dos mouros a Chaul (1508), o seu filho D. Lourenço de Almeida é morto. Mesmo em número inferior, D. Francisco de Almeida vinga-o com a sangrenta vitória naval de Diu (1509) e garante o domínio português do Oceano Indico.
D. Afonso de Albuquerque substituiria-o, em 1510.
Os seus feitos na India foram fundamentais para a expansão colonial de Portugal.
Cristóvão Colombo (1451?-1506) - O país de nascimento de Cristóvão Colombo, o navegador que descobriu a América do Norte ao serviço da coroa espanhola, em 1492, é um mistério. Mas existe a possibilidade que seja português uma vez que Colombo escrevia castelhano aporteguesado, segundo consta de documentos oficiais espanhóis e não sabia italiano.
Também, está escrito no Diário de Bordo que no dia do desembarque, Colombo tirou as bandeiras com uma cruz verde, que tinha em todas as embarcações - a bandeira da Ordem de Avis. A cruz verde era o símbolo da dinastia reinante em Portugal, que figurava na bandeira de Portugal.
O nome que deu à primeira ilha encontrada foi Cuba, que é o nome de uma vila, no Alentejo, em Portugal.
Quando regressou da primeira viagem à América, em 1493, Colombo não se dirigiu de imediato a Castela. Foi primeiro a Lisboa, para contar a descoberta ao D. João II. O encontro está documentado.
Possivelmente, Colombo terá feito o mesmo que outros navegadores portugueses como Fernão Magalhães, João Dias de Solis, Pedro Fernando de Queirós, João Rodrigues Cabrilho, etc, que ao não serem atendidos pelo rei português, tenham feito a proposta ao rei castelhano.
Afonso de Albuquerque (1453(?)-1515) - Navegador, militar e vice-rei da Índia, a partir de 1509. Ficaram para a História as conquistas de Ormuz, de Goa e de Malaca, entre 1510 e 1515. Fez de Goa a capital do império português no Oriente. Com o domínio desses pontos estratégicos, Afonso de Albuquerque garantiu para a coroa portuguesa o controlo do comércio e da navegação de uma vasta região.
D. João II de Portugal (1455-1495) - Foi o 13° rei de Portugal.
Foi durante o seu reinado que Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas e Vasco da Gama descobriu caminho marítimo para a Índia.
Foi, também, este rei que negociou com a Coroa de Castela o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o mundo desconhecido entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela(actual Espanha).
Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) - Nascido em Lisboa, foi navegador, cosmógrafo, guarda real do rei D. João II, capitão-mor da Costa do Malabar, comandante da nau Espírito Santo, sob o capitão Afonso de Albuquerque e chegou a ser governador de São Jorge da Mina.
E segundo o seu livro "Esmeraldo de Situ Orbis" terá sido o próprio quem descobriu o Brasil. Terá feito uma viagem secreta, por ordem do rei D. Manuel I, para identificar os territórios que pertenciam a Portugal ou a Castela, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, de 1494. Em que terá percorrido a costa brasileira e o Mar do Caribe, em 1498.
É possível consultar este documento na Biblioteca Municipal de Cascais.
Luís de Camões homenageia Duarte Pacheco Pereira, no Lusíadas, como o herói “Aquiles lusitano”. Infelizmente, a história portuguesa não o reconhece como Camões.
Pêro da Covilhã (1460?-1526?) Natural da Covilhã, foi um diplomata, explorador português e espião do rei D. João II?
O rei D. João II encarregou Pêro, juntamente com Afonso de Paiva, de explorar o Oriente e África em busca de especiarias.
Durante a missão, viajou para a Índia, Etiópia e Madagáscar. Este último poderá ter sido o primeiro europeu a visitar.
Após regressar da Índia foi incumbido de continuar as suas viagens para a Arábia Saudita, Palestina, Somália e Etiópia.
Na Etiópia, foi mantido na corte do monarca e negada a permissão para sair, passando 30 anos no país até à sua morte.
Os escritos de Pêro da Covilhã chegaram a Portugal através de uma carta ao rei D. e as suas viagens inspiraram uma nova geração de exploradores a tentar a viagem à volta de África até à Índia.
Vasco da Gama (1460/1469?-1524) - Navegador nascido em Sines, comandou a armada de caravelas portuguesas, que descobriu o caminho marítimo para a Índia, em 1498, sob o reinado do rei D. Manuel I. É o primeiro navegador a unir a Europa à Índia, por via marítima, e a iniciar o comércio das especiarias para a Europa.
Gil Vicente (1465-1536) - Poeta dramático do renascimento ibérico, considerado o primeiro dramaturgo e fundador do teatro português. Autor de mais de quarenta peças que retratavam a sociedade da época. Uma das suas obras mais aclamadas e um dos grandes clássicos da literatura portuguesa é o "Auto da Barca do Inferno", de 1517. Pensasse que seria natural de Guimarães.
Pedro Álvares Cabral (1467 ou 68-1520) - Navegador de origem nobre, nascido em Belmonte, Castelo Branco, que comandava a segunda expedição à India, mas acabou por se afastar da rota e descobriu o Brasil, em 1500, durante o reinado de D. Manuel I. Esta nova terra seria baptizada como Terra da Vera Cruz.
Garcia de Resende (1470?-1536) - Escritor, poeta, músico e cronista real, de origem nobre, que nasceu em Évora.
A sua obra mais importante é o "Cancioneiro Geral", que reune mais de 800 poesias trovadorescas, dos séculos 15 e 16, de 318 poetas portugueses e galegos.
Esta compilação inclui diferentes géneros e formas poéticas, como a balada, a cantiga, a esparsa, o poema de formas mistas, a trova e o vilancete.
O Cancioneiro Geral é uma fonte valiosa para o estudo da poesia palaciana portuguesa.
Vasco Fernandes (1475?-1542) - Grão Vasco, possivelmente natural de Viseu, é o mais conceituado mestre pintor renascentista do séc. 16, em Portugal.
No inicio da sua carreira uniu-se a um grupo de pintores e criaram a peça principal do altar da catedral de Viseu, segue-se o seu trabalho na catedral de Lamego e depois na Igreja de Santa Cruz de Coimbra. Quando regressou a Viseu, pintou várias peças para a Catedral de Viseu, consideradas a sua obra principal.
Fernão de Magalhães (1480-1521) - Cavaleiro fidalgo do norte de Portugal, que depois de se desentender com o rei D. Manuel I, propõe ao rei espanhol descobrir um novo caminho marítimo para as Molucas. Que se tornaria na primeira viagem de Circum-Navegação do planeta e testaria os limites da força humana. Foi Magalhães que baptizou o Oceano Pacifico
Francisco de Sá de Miranda (1481?-1558) - Natural de Coimbra, foi um poeta inovador do Renascimento literário, em Portugal.
Formado em Leis e Humanidades, fez uma longa viagem ao epicentro artístico da Europa, Itália, e mudou a lírica portuguesa medieval do séc. 16, introduzindo novas formas literárias: o soneto, a ode, a écloga e elegia, que marcaria o inicio do Classicismo em Portugal e influenciaria gerações de poetas portugueses.
"Os Estrangeiros"(1527), escrita em prosa, por Sá de Miranda, foi a primeira comédia teatral clássica portuguesa. Seguida por "Vilhalpandos", em 1530.
As obras de Sá de Miranda dá-nos uma visão crítica e satírica das sociedades italiana e portuguesa, do séc 16.
Algumas das suas trovas antigas palacianas foram incluídas no Cancioneiro Geral, de Garcia Resende.
João de Barros (1496?-1570?) - Pensasse que tenha nascido em Viseu, este importante historiador e cronista português do século 16.
É reconhecido pelas suas contribuições à literatura e à historiografia de Portugal.
As suas obras mais famosas, “Décadas da Ásia”, sobre as explorações portuguesas no Oriente e "A História da Índia".
João Rodrigues Cabrilho (1496?-1543) - O navegador e explorador que descobriu a costa da Califórnia, ao serviço de Castela, em 1542, onde viria a morrer.
Nascido na aldeia de Lapela, freguesia de Cabril, de onde recebeu o seu apelido Cabrilho, segundo o biógrafo João Soares Tavares.
D. João de Castro (1500?-1548) - Natural de Lisboa, cientista, militar, navegador, 13° governador da Índia, João de Castro é uma das figuras mais importantes do estudo da Astronomia Náutica e da Oceanografia, durante os Descobrimentos.
Os seus roteiros, "De Lisboa a Goa "(1538), "De Goa a Dio"(1538-1539), "De Goa a Soez", "Mar Roxo"(1541), entre outros, mostram como já se combinava, em meados do século 16, a experimentação, a análise rigorosa e raciocínio hipotético.
Garcia da Orta (1501?-1568) - Médico e cientista, natural de Castelo de Vide, deu um contributo significativo para o conhecimento científico em Portugal e na Europa. Foi pioneiro na descrição de plantas medicinais e especiarias, além de contribuir para a medicina tropical e antropologia.
As suas obras, como "Colóquios dos Simples", descrevem plantas onde se extraem especiarias e outros produtos medicinais, e inventariam espécies vegetais desconhecidas no ocidente. Garcia da Orta também procurou conhecer e testar a medicina tradicional indiana.
Pedro Nunes (1502-1578) - O mais importante matemático da história portuguesa viveu na época dos Descobrimentos. Pedro Nunes formado em medicina, foi cosmógrafo do reino do rei D. João III, professor dos infantes D. Luís e D. Henrique, professor universitário de matemática, autor de tratados científicos, criador da curva loxodrómica e de instrumentos de navegação, como o nónio.
A sua obra “De Crepusculis”, publicada em 1542, influenciou outros cientistas europeus.
Damião de Góis(1505-1574) -- Importante historiador, músico, tradutor e humanista. É reconhecido pelas suas Crónica do Rei D. Manuel I e a Crónica do Príncipe D. João. As suas críticas à expulsão dos judeus, à matança dos cristãos-novos, à expansão portuguesa e as referências desfavoráveis a vários protagonistas do reino, levou à instauração de um processo inquisitorial pelo Santo Ofício. Acabou por morrer em circunstâncias indefinidas.
Luis Vaz de Camões (1524?-1580?) - Considerado o maior poeta épico e lírico da língua portuguesa. A sua obra "Os Lusíadas” encontra-se entre as melhores obras épicas modernas. Esta epopeia celebra a História de Portugal e os Descobrimentos portugueses.
Luis de Camões, originário da pequena nobreza, foi um estudioso, um humanista que frequentou a Corte. Segundo rumores, era um sedutor que perseguiu amores proibidos.
Por volta de 1550, foi soldado que combateu no Norte de África, em Ceuta, de onde perdeu um olho.
De regresso a Lisboa, levou uma vida de boémia. Em 1552, envolveu-se em desacatos durante a procissão do Corpo de Deus, tendo ferido com gravidade Gonçalo Borges, um funcionário da corte. Esteve preso durante oito meses. Nesse mesmo ano, embarcou para a Índia. Esteve na Índia e Macau 17 anos, onde desempenhou cargos administrativos.
No regresso de Macau a Goa, sobreviveu a um naufrágio na foz do rio Mecom, na China, que é referido pelo poeta no canto X. É também nesse canto que Camões conta ter estado preso injustamente, em Goa.
De regresso ao Reino de Portugal, a sua obra é publicada em 1572 e teve nesse mesmo ano duas edições. O rei D. Sebastião concedeu-lhe uma pensão anual, o que não o impediu de viver na miséria.
Camões morreu a 10 de Junho de 1579 ou 1580, este dia tornou-se feriado nacional em sua homenagem. Não se sabe ao certo onde nasceu. Talvez Lisboa, Coimbra, Santarém ou Alenquer.
Antónia Rodrigues (1580-1641?) - Nascida em Aveiro, numa casa pobre de pescadores, Antónia foi marinheiro, soldado, sargento de cavalaria e é heroína do Portugal, do século 16.
Aos 15 anos fugiu de casa, disfarçou-se de rapaz e foi grumete de caravela rumo ao Norte de África.
Em Mazagão(cidade marroquina El Jadida) tornou-se soldado e pela sua bravura em combate passa para a cavalaria e depois a sargento de cavalaria. Sendo apelidada de "O Terror dos Mouros".
Entretanto a filha de um nobre, D. Beatriz de Meneses, adoece de paixão, deixando de alimentar-se. O pai pede ao governador da praça-forte de Mazagão, D. Diogo Lopes de Carvalho, que forçasse o casamento.
Antónia acaba por confessar-se ao padre Malafaia que não podia casar porque era mulher e pede perdão. O padre conseguiu acalmar a situação e que fosse perdoada pelas autoridades.
Em 1602, o rei D. Filipe II reconhece o seu valor e concede-lhe uma pensão vitalícia de cinco mil réis anuais, pelos seus feitos, durante cinco anos, na praça portuguesa, em Marrocos.
Ainda em Mazagão, Antónia casa-se, em 1603, com um oficial, de quem teve um filho.
Em 1607, regressa a Lisboa com a família. Depois, já viúva, ingressa na corte, de Madrid, do rei D. Filipe II. Quando o monarca morre em 1621, volta a Portugal e perde-se o seu rasto.
Quem conta a sua incrível história é o historiador Duarte Nunes de Leão, que a conheceu pessoalmente.
No século 20, em sua homenagem, foi dado o seu nome a uma rua em Aveiro.
Mazagão deixou de ser domínio português em 1769.
Pedro Teixeira (1585-1641) - Explorador e militar português, natural da vila de Cantanhede, é considerado o conquistador da Amazónia por ter desbravado e tomado posse de muitas terras para a Coroa Portuguesa.
Em 1639, com o objectivo de explorar e mapear a região, o capitão Pedro Teixeira comandou a primeira expedição ao mais extenso rio do mundo, o Amazonas, e percorreu toda a sua extensão e regressou com sucesso ao local de partida.
Em sua homenagem foi dado o seu nome a uma rua, no Restelo, em Lisboa, e uma estátua na terra natal, Cantanhede.
Marquês de Pombal (1699-1782) - Nascido em Lisboa, descendente da baixa nobreza, foi nomeado Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, em 1750, pelo rei D. José I.
Como ministro, extinguiu privilégios ao clero e à nobreza e introduziu importantes reformas que promoveram a agricultura, o comércio, a industria, a segurança publica e o ensino.
Reconstruiu Lisboa depois do terramoto de 1755, sob um novo estilo arquitectónico - o Pombalino.
Luísa Todi (1753-1833) - Uma das maiores artistas líricas do seu tempo, nasceu em Setúbal. Luísa Todi actuou nos grandes palcos de ópera portugueses e europeus.
Viveu durante vários anos no estrangeiro, nomeadamente na corte russa da imperatriz Catarina e na corte berlinense. Nos últimos anos da sua vida ficou cega.
Manuel Maria Bocage (1765-1805) - Natural de Setúbal, foi uma das personalidades mais complexas e notáveis do Iluminismo, em Portugal.
Poeta neoclássico e pré-romântico, autor de múltiplas formas de poesia, foi, também, dramaturgo e tradutor.
Em 1783, alista-se na Academia Real da Marinha e aventurou-se pela Índia e Macau. Regressa a Portugal, e vive a vida boémia lisboeta. Em 1791 publica o primeiro volume de Rimas e integra-se na Nova Arcádia (ou Academia de Belas Letras), onde recebe o nome de Elmano Sadino. Mas Bocage, pela sua irreverência, não se adaptou ao convencionalismo arcádico. Explorando a poesia satírica e erótica que desafiou a moral mais conservadora da sociedade portuguesa.
Em 1797, é acusado de "herético perigoso e dissoluto de costumes", e é preso, e condenado pela Inquisição. Quando sai da reclusão, vê-se obrigado a viver, sobretudo, de traduções. Recebeu o auxílio de alguns amigos, mas acabará por morrer doente e na miséria.
Manuel Maria Barbosa du Bocage é um dos maiores poetas da língua portuguesa, e a sua obra é marcada por uma profunda reflexão sobre a vida, amor e a condição humana.
Domingos Sequeira (1768-1837) - Natural de Lisboa, de origem modesta, foi o pintor oficial da Corte.
Recebeu uma bolsa real de D. Maria l, que lhe permitiu ter aulas de pintura e desenho com Antonio Cavallucci, em Roma.
No seu regresso a Lisboa é nomeado, pelo futuro rei D. João VI, pintor da Corte e co-responsável da pintura do Palácio da Ajuda. Foi, também, professor de desenho e pintura da Família Real.
Chegou a ser acusado de traição pela pintura de Junot, com o nome "Junot a proteger a cidade de Lisboa", durante as primeiras invasões francesas.
Exila-se em França. Os últimos anos da sua vida são passados em Roma, onde se dedica à pintura religiosa.
O seu estilo artístico é neoclassicista e algumas das sua pinturas mais conhecidas são: “Repouso da Sacra Família na Fuga para o Egipto”, “A Morte de Camões”, a “Aparição de Cristo a D. Afonso Henriques”, "O Milagre de Ourique", outros.
Idade Contemporânea
Antónia Maurícia - Conhecida como a Maria da Fonte das Beiras, foi um símbolo de coragem durante a Primeira invasão Napoleónica, de 1807. Organizou e liderou um grupo de populares armados com ferramentas agrícolas, velhas espingardas e até utensílios domésticos. Montada a cavalo, com uma pistola lançou-se à luta contra o exército francês. Uma mulher a comandar tropas era inconcebível para a época.
Com o fim das invasões francesas, Antónia regressou à sua vida modesta. Nunca recebeu honras oficiais, Mas nas aldeias da sua região, o nome da "mulher que enfrentou Napoleão" passou de geração em geração.
Almeida Garrett (1799-1854) - Natural do Porto, escritor e dramaturgo do romantismo português.
"Viagens na minha Terra" (1846) é um marco do inicio da literatura moderna portuguesa, que junta vários estilos literários, no relato de uma viagem de Lisboa a Santarém, que é, sobretudo, uma viagem reflectiva sobre Portugal do século 19.
Foi, também, deputado e ministro que promoveu a cultura, principalmente o Teatro.
Alexandre Herculano (1810-1877) - Poeta, romancista, historiador, jornalista e ensaísta.
Natural de Lisboa, foi o introdutor do Romantismo, a par de Almeida Garrett. Contudo, o seu maior contributo foi no campo da História, foi o primeiro historiador moderno português, tendo-se dedicado, sobretudo, ao estudo das origens de Portugal na Idade Média, de forma crítica e rigorosa. Alguns dos seus trabalhos mais importantes é a História de Portugal em quatro volumes. Morreu de pneumonia.
Camilo Castelo Branco (1825 -1890) - Romancista, novelista, poeta, cronista, crítico, dramaturgo e tradutor. Foi o primeiro escritor português a viver exclusivamente da sua escrita.
Nascido em Lisboa, Camilo, tornou-se órfão de ambos pais aos 9 anos.
Camilo Castelo Branco escreveu mais de 260 obras ao longo da sua vida, incluindo romances, teatro, ensaios e crónicas. Uma das suas obras mais importantes da literatura romântica portuguesa é "Amor de Perdição", que foi escrito enquanto esteve preso, entre 1860 e 1861, por adultério, juntamente com a casada Ana Plácido, com quem mantinha um relacionamento amoroso, desde 1856.
Entre 1862 e 1863, cegou de uma doença de olhos e impossibilitado de escrever, que era a sua grande paixão, suicidou-se com um tiro na fonte.
Manuel de Arriaga (1840-1917) - Nascido em Ponta Delgada (Açores), de família monárquica, foi um dos fundadores do Partido Republicano e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa constitucionalmente eleito. Com um mandato marcado por uma forte instabilidade política, pelo encerramento do Parlamento e por sucessivas revoltas, renuncia ao cargo a 29 de Maio de 1915.
Antero de Quental (1842-1891) - É um dos grandes nomes da poesia filosófica portuguesa. É reconhecido pela sua incansável busca pela verdade e pela transformação social.
Fazia parte da Geração de 70(2), que introduziu o realismo em Portugal. Estudou Direito, na Universidade de Coimbra e foi o principal porta-voz do realismo no debate literário conhecido como a "Questão Coimbrã". A Questão Coimbrã foi o inicio do movimento realista em Portugal e trouxe uma nova forma de se fazer literatura.
Antero de Quental buscava uma literatura que representasse a realidade social e a verdade sobre o indivíduo. Ele não apreciava a poesia que "soa bem, mas não ensina nem eleva", nas suas palavras.
Doente, suicidou-se com um tiro, na sua terra natal, Ponta Delgada, Açores.
Eça de Queirós (1845–1900) - Escritor, advogado, diplomata e jornalista natural de Póvoa de Varzim. Na Universidade de Coimbra conhece Antero de Quental e integra o circulo da Geração de 70.
As obras de Eça de Queirós retratam com ironia e profundidade a sociedade portuguesa do século 19. Criticando a hipocrisia da burguesia, a influência do clero e a aristocracia decadente. Eça utilizava a literatura como ferramenta de análise social, evidenciando desigualdades e promovendo a reflexão crítica.
As suas obras são grandes clássicos da literatura realista portuguesa, tais como: "O Crime do Padre Amaro" (1875), "O Primo Basílio" (1878), "A Relíquia" (1887) e "Os Maias" (1888).
Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) - Natural de Lisboa, ilustrador, desenhador de banda desenhada, caricaturista, ceramista.
Integrante do círculo da Geração de 70, Bordalo Pinheiro retrata a sociedade de então através da sua arte. Consciente do poder e da força da imprensa, funda diversos periódicos utilizando a caricatura como veículo para a defesa dos seus ideais.
Em 1884, funda com o seu irmão a fábrica de cerâmica das Caldas da Rainha, onde cria a famosa figura popular o Zé Povinho. Assim, como as suas obras primas da cerâmica: a Talha Manuelina(homenagem aos Descobrimentos) e a Jarra Beethoven, peças de grandes dimensões.
Jorge Colaço (1868-1942) - Pintor a óleo, ilustrador, caricaturista e pintor de azulejos, nascido no Consulado Português em Tanger.
Destacou-e na pintura de azulejo, tendo criado cerca de mil painéis de azulejos e popularizando o seu uso em edifícios públicos, religiosos e privados, em todo o país.
Os temas dos seus painéis de azulejos são momentos da História de Portugal, monumentos portugueses e episódios do quotidiano das populações rurais e piscatórias, mantendo-se sempre ligado a valores históricos e nacionalistas.
Alguns dos seus trabalhos podem ser apreciados na Estação Ferroviária de S. Bento, no Palácio Hotel do Buçaco, Pavilhão dos Desportos de Lisboa, Igreja de Santo Ildefonso no Porto, entre outros.
Egas Moniz (1874-1955) - Psicocirurgião natural de Avanca, Estarreja, recebeu o Prémio Nobel da Medicina e foi responsável pelo desenvolvimento da angiografia cerebral, em 1927, e pela lobotomia(3) como forma de solucionar algumas doenças mentais, como esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão maníaca, etc.
Esta prática caiu em desuso em meados da década de 1950, quando tratamentos de saúde mental menos radicais, como anti-depressivos e anti-psicóticos, começaram a ser usados.
A lobotomia é considerada um procedimento cirúrgico controverso, como o próprio Moniz o disse, esta técnica capaz de reduzir um transtorno psiquiátrico, pode sacrificar parte da capacidade intelectual e da personalidade do paciente.
Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) - Natural de Cabanas de Viriato, em Viseu, advogado de formação, foi um dos heróis da Segunda Guerra Mundial que salvou milhares de pessoas.
Enquanto diplomata português em Bordéus, Aristides tinha instruções de Salazar para negar vistos a refugiados, explicitamente judeus, russos e apátridas. Mas Aristides de Sousa Mendes desafiou essas ordens e emitiu milhares de vistos, permitindo a fuga de milhares de pessoas da França nazi para Portugal.
Salazar castigou-o severamente. Sousa Mendes foi destituído do seu cargo e obrigou-o a aposentar-se, sem poder exercer advocacia. Teve que vender todas as suas poses para sustentar a família. A sua Casa do Passal, foi vendida aos credores para cobrir dívidas. Morreu na miséria.
Hoje, a sua Casa do Passal é um museu em sua homenagem, e uma forma de inspirar os visitantes com a sua história, de como uma só pessoa pode mudar as vidas de milhares de seres humanos.
Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) - Nascido em Amarante, foi o pioneiro da pintura modernista portuguesa, que incorporou na sua arte elementos do expressionismo, do cubismo, do futurismo, do abstracionismo, da arte africana, da tapeçaria oriental, da iluminura, da ilustração. O pintor inquieto que procurava o novo.
Cedo abandonou Portugal à procura de inspiração na comunidade artística, em Paris, onde viveu grande parte da sua vida.
Morreu de pneumonia, em Espinho.
Fernando Pessoa (1888-1935) - Poeta, escritor, filosofo, editor, critico literário, tradutor, jornalista, publicitário e, provavelmente, a personalidade mais complexa da literatura do séc 20.
Natural de Lisboa, Pessoa escreveu em diversos géneros. Além das obras em seu nome, criou por volta de 120 autores - os heterónimos, cada um com a sua identidade e estilo literários distintos. De quem se destacam: Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
As suas obras exploram temas de identidade, existência e condição humana.
Um dos seus mais célebres livros é a "Mensagem", que na realidade, é isso mesmo - Uma mensagem, em 44 poemas, aos portugueses, incitando-os a valorizarem a cultura da nação e se tornarem "grandes", como os heróis portugueses do passado, o fizeram.
Outra obra bastante intrigante e profunda é o “Livro do Desassossego”, uma meditação sobre a vida e a busca incessante por significado ao vazio da existência.
Pessoa é considerado um dos mais extraordinários escritores portugueses e da literatura universal contemporânea.
António de Oliveira Salazar (1889-1970) - Nascido no Vimieiro, foi professor universitário de ciências políticas e económicas e Chefe de Governo de Portugal entre 1928 e 1968 (40 anos). Considerado pelo povo como um bom tirano, pois governou o Estado Novo de forma opressiva e ditatorial, mas com rigor e honestidade.
A 3 de Agosto de 1968, Salazar cai de uma cadeira e sofre lesões cerebrais que obrigam o regime a afastá-lo do poder. Até à sua morte, em 1970, ele continuará a acreditar que ainda governava o país.
Almada Negreiros (1893-1970) - Nascido em São Tomé e Príncipe, foi um artista português fascinado pelas artes, explorou a pintura, escritura, a tapeçaria, os murais, a gravação, a caricatura, o mosaico, azulejo, etc.
O seu humor acutilante é evidenciado no célebre "Manifesto anti-Dantas" que escreveu, apenas com 19 anos.
Uma das suas pinturas mais reconhecidas é a de Fernando Pessoa, à mesa do cafe lisboeta, onde escrevia.
Florbela Espanca (1894-1930) - Conhecida como uma das primeiras feministas portuguesas, nos anos 20. Natural de Vila Viçosa, Florbela foi uma poetisa e escritora, que usava um estilo de escrita intenso, emotivo e escrevia, principalmente, em sonetos, sobre o amor, o desamor, o desejo, a saudade, a solidão e o sofrimento.
Algumas das suas principais obras são: Livro de mágoas (1919), Livro de Soror Saudade(1923), Charneca em Flor (1930) e Sonetos completos (1934).
Comecou a escrever aos 8 anos, tornou-se orfã de mãe aos 13 anos, divorciada duas vezes, vítima de um aborto, a morte do seu irmão, num acidente de carro, levou-a a tentar o suicídio várias vezes. O desespero agravou-se após ser diagnosticada com um edema pulmonar.
Suicidou-se aos 36 anos, no dia do seu aniversário, a 8 de Dezembro de 1930, após várias tentativas.
Além da sua poesia, é possível perceber um pouco da essência da poetisa através do filme biográfico, intitulado "Florbela", de Vicente Alves do Ó, de 2012.
Humberto Delgado (1906-1965) - Natural de Torres Novas, General da Força Aérea e fundador da TAP, candidatou-se à Presidência da República em 1958, o maior movimento de oposição ao regime. Quando lhe perguntaram durante as eleições o que faria com Salazar, caso vencesse, Humberto respondeu; "Demito-o, obviamente!". Pagou a afronta com a vida, em 1965. Ficou conhecido como " O General Sem Medo".
Marcello Caetano (1906-1980) - Natural de Lisboa, foi professor de direito administrativo e reitor da Universidade de Lisboa, e exercia vários cargos no governo de Salazar.
Quando se verificou a incapacidade de Salazar continuar a exercer funções, foi nomeado como Chefe do Governo, em 1968, pelo Presidente da República Américo Tomás.
Portugal viveu a expectativa da mudança, que não se concretizou. Cada vez mais sozinho, resiste à tentativa de um golpe,a 16 de Março de 1974, mas o mesmo não acontece passado pouco mais de um mês, no dia 25 de Abril. Cercado no quartel da GNR do Carmo, rende-se e entrega o poder ao General Spínola. Morre no Brasil, onde se tinha exilado.
Álvaro Cunhal (1913-2005) - Natural de Coimbra, escritor e politico opositor do Estado Novo. Dedicou a sua vida ao ideal comunista e ao Partido Comunista Português - PCP. Foi um dos principais líderes do PCP e ministro nos Governos provisórios de 1974 e 1975.
Devido aos seus ideais comunistas foi preso várias vezes, num total de 15 anos, oito dos quais em completo isolamento. Em 1940, a cumprir pena de prisão pela segunda vez, Álvaro Cunhal é escoltado pela polícia à Faculdade de Direito de Lisboa, onde apresenta a sua tese da licenciatura em Direito, preparada na prisão.
A 3 de Janeiro de 1960, juntamente com dez camaradas, leva a cabo a célebre Fuga de Peniche. Parte para o exílio na União Soviética, onde participa no XXII Congresso Comunista da União Soviética.
Além da sua carreira política, Cunhal escreveu uma vasta obra literária de ensaio e intervenção política, sob o pseudónimo de Manuel Tiago.
Foi condecorado por Mikhail Gorbatchov com a Ordem de Lenine, em 1989.
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General António Spínola (1910-1996) - Natural de Estremoz, era um militar prestigiado pelas suas missões em Angola e na Guiné-Bissau. Foi escolhido como Presidente da República em Maio de 1974, pelo Movimento das Forcas Armadas. Mas discordava da rápida descolonização das colónias africanas que o MFA pretendia. Apelou para a descolonização gradual, para evitar que caíssem em poder da esquerda. Não o conseguindo, demite-se a 30 de Setembro de 1974, sendo substituído por Costa Gomes.
Spínola fez parte de uma tentativa falhada de golpe de Estado a de 11 de Março de 1975, fugindo para Espanha.
Amália Rodrigues (1920-1999) - Famosa cantora lisboeta que popularizou o Fado e inovou-o ao cantar poetas clássicos da língua portuguesa, como Luís de Camões. Distinguiu-se também como actriz.
Conhecida como a Rainha do Fado, as suas interpretações emotivas e intensas levaram a música portuguesa para o mundo.
Alguns dos seus fados mais aclamados são: “Povo que lavas no rio”, "Fado português", "Coimbra", "Uma Casa Portuguesa", "Estranha forma de vida", "Gaivota", Solidão" (Canção do Mar), entre outros.
José Saramago (1922-2010) - Nascido em Azinhaga do Ribatejo, foi funcionário publico, escritor, ensaísta, jornalista e sub-director do jornal Diário de Noticias. Mas foi na literatura que se destacou, recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel da Literatura, em 1998.
Escreveu 40 livros de diferentes géneros literários, que foram traduzidos em mais de 30 línguas e publicados em mais de 60 países.
Algumas das suas obras mais famosas são o "Memorial do Convento" e "O Ensaio sobre a Cegueira".
Algumas das suas obras foram adaptadas ao teatro, cinema e ópera.
Mário Soares (1924-2017) - Fundou o Partido Socialista, impediu a instauração de uma nova ditadura durante o PREC, liderou a adesão de Portugal à CEE, foi Primeiro-Ministro e Presidente da República de Portugal.
Além da sua militância política contra a ditadura de Salazar e Caetano, Mário Soares defendeu, como advogado, muitos presos políticos, nos tribunais do Estado Novo, e foi o representante da família do general Humberto Delgado.
Preso 12 vezes pela PIDE, Mário Soares foi deportado sem julgamento, por decisão de Salazar, para a ilha de São Tomé, em 1968. Esteve exilado em França entre 1970 e 1974, por decisão de Marcello Caetano, e só pôde regressar a Portugal após o 25 de Abril.
Zeca Afonso (1929-1987) - Professor, compositor, cantor de música de intervenção e politico da resistência semi clandestina (PREC) ao Estado Novo.
As suas canções eram protestos."Grândola Vila Morena" foi o sinal para o arranque da Revolução do 25 de Abril de 1974.
Outras das suas canções mais marcantes é "Vampiros" que foi logo proibida pelo governo.
Natural de Aveiro, foi a voz de uma nação que ansiava por liberdade e justiça.
Siza Vieira (1933- presente) - Natural de Matosinhos, é o mais premiado arquitecto contemporâneo português, foi o primeiro português a ser distinguido pelo Prémio Pritzke, em 1992 e é um dos maiores nomes da arquitectura mundial.
É o autor do plano de reconstrução da zona do Chiado, em Lisboa, destruído pelo incêndio de 1988.
As suas obras encontram-se por todo o mundo, como: a Escola Superior de Arquitectura do Porto, em Portugal; Serralves no Porto, em Portugal; Museu Mimesis, em Paju Book, na Coreia do Sul; Igreja de Saint-Jacques-de-la-Lande, na França; Faculdade de Ciências da Comunicação Santiago de Compostela, em Espanha; Auditório da Universidade do País Basco, Edifício sobre a Água, em Huai'an, na China, entre muitas outras.
Paula Rego (1935-2022) - Pintora lisboeta, nascida numa família da alta burguesia. Foi estudar para Inglaterra aos 16 anos porque nas palavras do pai, "Portugal não é terra para mulheres", onde residiu até sua morte.
A sua arte desafia as convenções, utilizando muitas vezes contos de fadas e histórias tradicionais para explorar temas profundos como a sexualidade, a violência, a infância e a condição feminina.
Pintou, também, realidades sociais invisíveis, como o aborto, em 1998. Uma ousadia para a época, e foi a primeira artista a fazê-lo.
O seu trabalho foi reconhecido nacional e internacionalmente, pelo Prémio Turner, em 1989 e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 2013. Foi, também, distinguida com honores pela Rainha Elisabete II, do Reino Unido e pelo Governo português.
Ramalho Eanes (1935-presente) - General natural de Alcains, Castelo Branco, Combateu na Guerra colonial, Moçambique, Angola e em Guiné sob comando do General Spínola.
Foi primeiro Presidente da República eleito democraticamente após a Revolução do 25 de Abril.
O seu maior contributo foi estabilizar e consolidar a recente democracia, em Portugal.
Actualmente, é conselheiro de Estado vitalício.
Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021) - Militar e líder político nascido em Lourenço Marques (actual Maputo, Moçambique), foi um dos Capitães de Abril, membro do Movimento das Forças Armadas (MFA). É considerado o estratega do movimento que derrubou pacificamente o regime autoritário de Marcello Caetano, em 25 de Abril de 1974.
O filme "Capitais de Abril", de Maria de Medeiros, relata este golpe de Estado.
Salgueiro Maia (1944-1992) - Natural de Castelo de Vide, liderou as tropas revolucionárias de Santarém até Lisboa, na madrugada de 25 de Abril de 1974 e tomou os Ministérios do Terreiro do Paço e o quartel da GNR, no Carmo, onde estava refugiado o chefe do Governo, Marcello Caetano, que se rendeu. Assim se deu a queda do Estado Novo, sem o uso de violência. Salgueiro Maia foi uma das figuras-chave do golpe militar. É conhecido como um dos Capitães de Abril do MFA.
António Damásio (1944-presente) - Neurocientista natural de Lisboa, é pioneiro no estudo das emoções e a sua influência no funcionamento do cérebro.
O seu livro “O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro”, de 1995, tornou-se um best-seller internacional, onde analisa a teoria do dualismo mente/corpo proposto por René Descartes e explora a complexidade do cérebro e das emoções. Seguiu-se o “O Sentimento de Si”, que é uma profunda análise de como a mente desenvolve o sentido de si.
Carlos Lopes (1947-presente) - Natural de Vildemoinhos, em Viseu, foi o primeiro atleta português a conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
Além de ter sido campeão nacional e ter batido todos os recordes por vários anos, Carlos Lopes conquistou a primeira medalha olímpica, a prata, em 1976, em Montreal.
Foi vice-campeão mundial em 1977 e 1983 e campeão mundial em 1976, 1984 e 1985. Em 1982 e 1984 tornou-se recordista mundial da maratona.
Em 1984, não só se sagrou campeão olímpico da maratona, em Los Angeles, mas o tempo em que o fez (2h09m21s), tornou-se um recorde olímpico, que só seria batido 24 anos depois, em 2008.
Carlos Lopes tornou-se uma referência mundial do atletismo de longa distância.
Rosa Mota (1958-presente) - Natural do Porto, é a primeira atleta feminina a conquistar o ouro olímpico para Portugal.
Conquistou várias vitórias, no atletismo, entre elas, foi bicampeã da Europa em 1982 e 1986, no ano seguinte, foi campeã mundial em Roma. Em 1984, trouxe o bronze olímpico de Los Angeles e em 1988, ganhou o ouro olímpico em Seul.
Em pouco mais de 10 anos de carreira desportiva, entre 1982 e 1992, participou num total de 21 maratonas, vencendo 14 delas. É um feito único no desporto português.
As Enfermeiras dos Ares (1961-1973) - Foram enfermeiras que voluntariamente se candidataram a prestar serviço na Guerra Colonial de Angola, Moçambique, Guiné e Timor. Mulheres corajosas a aceitar uma missão nobre, mas inédita num Portugal muito conservador e tradicional.
A ideia partiu de Isabel Bandeira de Mello, que havia tirado o curso de pára-quedismo na França. A ideia é proposta pelo Coronel Kaúlza, subsecretário da aeronáutica, a Salazar, que aceitou.
Foram abertas vagas para o Corpo de Enfermeiras Pára-quedistas e das 11 candidatas, 6 concluíram a formação militar de 2 meses, antes de pisarem o campo das batalhas do Ultramar para tratar os soldados feridos, doentes, ajudar a evacuar civis e auxiliar populações.
No ano seguinte dezenas de jovens enfermeiras candidataram-se.
Das 46 enfermeiras pára-quedistas, que prestaram serviço durante doze anos, apenas duas perderam a vida, Maria Celeste Ferreira da Costa, na Guiné, ao ser atingida pela hélice de um Dornier 27, quando se preparava para embarcar, e Maria Cristina Justino da Silva, ferida em combate, em Moçambique, ambas em missão de evacuação de feridos dos campos de batalha.
Este seria o primeiro passo para as mulheres portuguesas integrarem as forças militares, no futuro.
Fernanda Ribeiro (1969-presente) - Natural de Penafiel, é a atleta portuguesa mais medalhada de sempre. Conquistou seis medalhas de ouro, cinco de prata e três de bronze. Duas em Jogos Olímpicos, seis em Mundiais e seis em Europeus.
É campeã olímpica de ouro de 10.000 metros, em 1996; campeã mundial de 10.000 metros, em 1995; vice-campeã mundial dos 5.000 metros, em 1995; campeã europeia de 10.000 metros, em 1994; bicampeã europeia de pista coberta de 3.000 metros, em 1994 e bronze olímpica de 2000. Fernanda Ribeiro é uma inspiração do atletismo ao mais alto nível.
Joana Vasconcelos (1971-presente) - Artista plástica portuguesa, nascida em Paris. A sua família regressou a Portugal depois da Revolução de 25 de Abril, em 1974. Reconhecida internacionalmente pelas suas esculturas e instalações de grande escala que fundem artesanato tradicional com objectos do quotidiano. Foi a primeira mulher a expor no Palácio de Versalhes, em 2012. Entre as suas obras mais icónicas estão: a Noiva, Coração independente e Marilyn.
Cristiano Ronaldo (1985-presente) - Natural do Funchal, na ilha da Madeira, é conhecido por CR7 - o maior futebolista de todos os tempos e é o português mais famoso do mundo.
Ronaldo é uma lenda do futebol, detém todos os recordes da história do futebol e é o recordista mundial absoluto de golos, com mais de 900 oficiais (não contabilizando os não oficiais) e continua a somar.
Conquistou 34 títulos colectivos, dois deles para a selecção Portuguesa: Campeão da Europa de 2016 e Campeão da Liga das Nações de 2018-2019.
O seu talento foi reconhecido com 29 prémios individuais de Melhor Jogador da Premier League, Melhor Jogador da UEFA, Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, Melhor Jogador da Liga dos Campeões da UEFA, entre muitos outros.
Ronaldo é um atleta perfeccionista, dedicado, que vive o futebol com paixão e tem levado o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo.
Madredeus (1985-2007) - Os Madredeus foram um dos grupos musicais portugueses de maior projecção mundial.
A sua requintada musicalidade combina influências da música tradicional portuguesa, do fado e sonoridades contemporâneas.
A banda era composta por Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica e ex-baixista dos Heróis do Mar), Rodrigo Leão, (teclados e ex-contrabaixista dos Sétima Legião), Gabriel Gomes (acordeão), Francisco Ribeiro (violoncelo) e Teresa Salgueiro (voz e fadista).
Lançaram 16 álbuns e actuaram em mais de 50 países, inclusive Coreia do Norte.
"O Pastor", "A Vaca de Fogo", "Ao Longe o Mar", "Haja o que Houver", tornaram-se clássicos intemporais, incorporando a essência melancolia e serena de Madredeus.
Glossário
Mouros(1) - A palavra 'mouro' vem do latim 'Maurus', usado pela primeira vez pelos romanos para designar alguém da província romana da Mauritânia, que era constituída pela parte ocidental da actual Argélia e pela parte nordeste do que é hoje Marrocos. Refere-se a uma mistura étnica de muçulmanos norte-africanos e árabes que invadiram a Península Ibérica, em 711.
Geração de 70 (2) - Geração de 70 ou Geração de Coimbra foi um movimento académico de Coimbra que surgiu no final do século 19. Era composto por intelectuais como Antero de Quental, Eça de Queirós e Oliveira Martins que buscavam modernizar a literatura e a política portuguesas, enfrentando a estagnação cultural do país. A geração de 70 destacou-se pelas suas conferências, como as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense em 1871, e pela sua crítica ao ultrarromantismo e à estagnação social.
Lobotomia(3) - Também chamado leucotomia pré-frontal , procedimento cirúrgico em que as vias nervosas de um lóbulo ou lóbulos do cérebro são separados daqueles em outras áreas.