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A História de África - Resumo



Pintura de Agnali - Fonte Pixabay


  • Pré-História
 - Povos pré-históricos
  • Idade Antiga
- Reinos africanos mais influentes da Antiguidade
  • Idade Média
- Reinos africanos mais influentes medievais
- Ocupação e colonização Muçulmana do Norte de África
  • Idade Moderna
 - Início do comércio e colonização das costas africanas
- Ocupação e colonização Otomana do Norte de África
- Tráfico de escravos em massa
- Abolição da Escravatura
- KKK
  • Idade Contemporânea
- Partilha de África
- Imperialismo
Genocídios Africanos
- Descolonização
- Apartheid
- África actual






Pré-História

A história das pessoas negras começou no continente africano, o segundo maior do mundo, depois da Ásia.
Possivelmente o resto da humanidade descende de antepassados africanos, que foram migrando da África Oriental para a Ásia, Europa e o resto do mundo à 60.000 ou 80.000 anos. Mudando a sua cor de pele, ao longo de gerações, à medida que se adaptavam a novos climas mais frios, onde já não era necessária a pigmentação mais escura como protecção solar.

As descobertas arqueológicas, como as pegadas fossilizadas de Laetoli, na Tanzânia, e os restos de Lucy, na Etiópia, reforçam a ideia de que a África foi o palco inicial da evolução humana. É possível que os primeiros hominídeos, antecessores directos do Homo sapiens, tenham surgido na África Oriental. 

Com o passar dos milênios, esses grupos humanos espalharam-se pelo continente e deram origem a diferentes culturas e civilizações.

Os primeiros africanos viviam em tribos nómadas. Depois começaram a desenvolver a agricultura, a domesticar animais, a pecuária, a trabalhar metais, a construir cabanas e a viver em comunidades, como os Bantu.



O povo Bantu é um grupo pré-histórico nativo de África. 
As evidências mais antigas da sua existência foram encontradas entre a Nigéria e os Camarões, datadas  de 12.000 a 10.000 a.C.
Devido às suas migrações ao longo de gerações, abrangem mais de 400 grupos étnicos africanos que falam entre 440 e 680 línguas bantu diferentes, como o Suaíli, Luhya ou o Xhosa.
Actualmente, os povos de língua bantu são 30% da população de África e habitam, principalmente, na República Democrática do Congo, no Uganda, no Quénia, na Tanzânia, no Zimbábue e na África do Sul. 
As línguas bantu, a música e dança ao ritmo de tambores e mbirras, os contadores de histórias, a arte em missangas e esculturas em madeira são símbolos da identidade Bantu e grandes contributos para a herança cultural africana.




Os Berberes, também conhecidos por Imazighen (pessoas livres), são um povo que migrou da Ásia para a pré-histórica África do Norte. 
A arte rupestre berber encontrada na região do Magrebe, que é hoje Marrocos, Argélia, Tunisia e Líbia, remontam pelo menos a 10.000 a.C.
Os Meshwesh, antiga tribo Líbia de origem Berber, governaram o Antigo Egipto, sob a 22- dinastia.
Os berberes resistiram à ocupação de grandes Impérios como o Grego, o Cartago o Romano, o Bizantino, o Árabe, o Otomano, e mais recentemente à colonização das potências europeias francesa e britânica.
Ao longo dos milénios, espalharam-se no Norte de África e os seus descendentes ainda lá vivem. A maioria dos berberes vive, hoje, em Marrocos, onde representam 40% da população, seguida da segunda maior comunidade berber na Argélia, que são cerca de 20% da população. 
Os Berbers adoptaram a religião islâmica devido a séculos de colonização árabe do norte de África, até hoje. Mas, nos séculos 20 e 21, lutaram ferozmente para preservar a sua cultura, língua e tradições.





Idade Antiga

Na Antiguidade africana surgiram grandes e poderosos impérios, como o Antigo Egipto, o Reino de Kush, o Reino de Cartago, o Reino de Aksum, o Reino dos Garamantes, o Reino de Oyo, entre outros.


O Antigo Egipto fundado pelo faraó Menes em 3100 a.C. , foi uma das civilizações mais poderosas e prósperas do Mundo Antigo. 
Os antigos egípcios desenvolveram um dos primeiros sistemas de escrita, os hieróglifos, que lhes permitiu registar a história, leis, a sua complexa religião e a literatura. 
Foram pioneiros em práticas médicas documentadas em papiros que descreviam cirurgias, tratamentos e remédios herbais. 
O seu conhecimento de matemática e astronomia permitiu-lhes construir calendários precisos e alinhar os seus monumentos de pedra, como as pirâmides, com os corpos celestes.
O Império egípcio terminou quando os seus territórios foram tomados pelos romanos. Cleopatra foi a ultima faraó do Egipto.



O Reino de Kush  localizava-se na região de Núbia, nas margens do Nilo, onde são, hoje, o norte do Sudão e o sul do Egipto.
A região foi governada pelo Antigo Egipto até ao séc. 10 a.C., quando os kushitas estabeleceram um reino independente.
O Reino de Kush, a certa altura, governou o próprio Egipto durante mais de 100 anos, estabelecendo a 25ª Dinastia, chamada de "Faraós Negros", até serem expulsos pelos assírios. 
Como muitos egípcios antigos, os kushitas adoravam Amon como o deus supremo. Mas tinham uma língua, etnia e cultura diferentes e o seu próprio sistema de escrita.
Construíram mais de 200 pirâmides, mais pequenas, mas mais numerosas que as do Egipto. 
Eram metalúrgicos habilidosos, especialmente, de ferro, e estabeleceram redes comerciais de escravos, marfim, incenso, ferro, ouro e peles de animais selvagens, que ligavam a África ao Mediterrâneo. 
O fim do reino chegou por volta de 330, quando o reino foi saqueado pelos vizinhos Aksum.



O Reino de Aksum foi um dos reinos mais poderosos do mundo antigo, rivalizando cm a Antiga Roma e Pérsia. 
Situado nas margens do Mar Vermelho, que é hoje o norte da Etiópia e Eritreia, foi o centro de comércio de marfim e ouro e controlava as rotas comerciais do Mar Vermelho, ligando África à Arábia, Índia e Mediterrâneo.
Aksum foi a primeira civilização africana a cunhar as suas próprias moedas numa escrita ainda hoje utilizada na Etiópia.
Foi, também, um dos primeiros impérios a adoptar o cristianismo no século 4 d.C., muito antes da maior parte da Europa. O que levou a uma aliança política e militar com os Bizantinos.
As antigas igrejas de Lalibela, esculpidas em rocha sólida, são testemunhos do seu cristianismo.
Após o século 7 d.C., os árabes invadem o norte de África e passam a controlar o Mar Vermelho e o Reino Aksum entrou em declínio.


O Reino de Cartago foi uma potência do mundo antigo, onde é, hoje, a Tunísia. Esta cidade-estado foi fundada por colonos fenícios, vindos do antigo Líbano, em 8 a.C. 
Cartago tornou-se um vasto império marítimo, controlando grandes áreas da costa norte africana, o sul da Península Ibérica e várias ilhas mediterrâneas, incluindo a Córsega, a Sardenha e a Sicília. 
Em meados do século 3 a.C., o Império Cartaginês entrou em conflito com outra grande potência antiga, o Império Romano, pelo domínio da Sicilia, dando início às Guerras Púnicas. As duas primeiras Guerras Púnicas terminaram com Roma a assumir o controlo total da Sicília, do Mediterrâneo Ocidental e de grande parte da Espanha. Na Terceira Guerra Púnica (149–146 a.C.), os romanos destruíram Cartago, venderam os habitantes sobreviventes como escravos e tornaram-na numa província romana. 


O Reino dos Garamantes prosperou onde hoje é o sudoeste da Líbia, por volta de 400 a.C.
Consistia em várias grandes cidades alimentadas por um sistema de irrigação único que transportava água em túneis subterrâneos. Estes túneis permitiam aos Garamantes cultivar plantações no deserto do Sahara. Os Garamantes comercializavam ouro, marfim e escravos.
Quando, o nível da água desceu demasiado para alimentar os túneis, o reino dos Garamantes começou a decair, no século 2 a.C. 
Após o século 1 d.C., os garamantes foram dominados pelo emergente Império Romano.


O Grande Reino de Ile-Ife floresceu entre 300 e 500 a.C., na Nigéria antiga e era um centro de poder e inovação cultural, com os seus governantes a estabelecerem uma forte estrutura social e de governação. 
A excelência artística do reino, principalmente as esculturas em bronze e cabeças de terracota, são conhecidas pelos seus detalhes complexos e características expressivas, que demonstram a notável habilidade artística dos artesãos da civilização de Ile-Ife. 




Idade Média

Na África medieval emergem novos impérios. 

  • Na África Ocidental o primeiro grande Império é o Gana (séc. 5), seguido pelo Império de Benim (séc. 12), do  Império Mali (séc.13) e do Império Oyo, (séc. 14).
  • Já a África Central era dominada pelo Reino do Zimbábue no séc. 12; o Reino do Congo, no séc. 14 e o Reino de Mutapa, no séc. 15.
  • Na África Oriental prosperava o Império Etíope, no séc.13
  • Na África do Sul governava o Reino de Mapungubwe, no séc. 11
  • O Norte de África foi invadido e colonizado pelo Império Árabe, a partir do séc. 7. A maior parte dessas regiões permanece, ainda hoje, sob controlo de governantes de origem árabe e leis islâmicas.


África Ocidental Medieval

O Império Gana foi fundado pelo povo Soninke, de língua mande e ficava situado nas actuais Mali, Mauritânia e Senegal e dominou a África Ocidental, entre os séc. 5 e o 13. 
A sua principal fonte de riqueza era o ouro e o ferro. Mas o sal, extraído no deserto do Sahara pelos escravos, era quase tão valioso como o ouro. E por vezes era usado como dinheiro. 
O poderoso Império Gana controlava as rotas comerciais que atravessam o deserto do Sahara,  tornando-se no centro comercial de ouro e sal. 
O declínio do Império Gana, no séc. 13, abriria caminho à ascensão do Império Mali.

O Reino do Benim
foi fundado pelo povo Edo, no séc. 12, e estava localizado no que é hoje o sul da Nigéria. 
A economia do Império do Benim baseava-se no comércio, na agricultura e no artesanato.
Após a chegada dos europeus à África Ocidental, os governantes do Benim estabeleceram um intenso comércio com os portugueses. Em troca das armas de fogo de Portugal e da Grã-Bretanha, o Império do Benim fornecia à Europa óleo de palma, marfim e pimenta. 
Com o passar do tempo, o Império Britânico conseguiu exercer uma forte influência sobre o Império do Benim e anexou-o por completo no final do século 20. 
O Reino do Benim era famoso pelos seus artesãos habilidosos e pelas suas esculturas únicas de bronze, centenas foram roubadas durante a ocupação britânica. O actual Governo da Nigéria pede a devolução das estátuas roubadas.


No século 13,  ascendeu um dos maiores impérios da época, o Império Mali, com o declínio do Império Gana.
Grande parte da sua riqueza provinha das minas de ouro que possuía nos seus territórios, que incluíam os actuais Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau e Costa do Marfim. 
Este império controlava importantes rotas comerciais através do Deserto do Sahara para a Europa e Médio Oriente e enriqueceu com o comércio do ouro, sal e marfim. Acredita-se que o Império do Mali fornecia cerca de 50% do ouro mundial! 
Um dos seus governantes Mansa Musa terá sido a pessoa mais rica que alguma vez existiu.
A cidade de Timbuktu tornou-se um local cultural e economicamente importante, com novas escolas, bibliotecas e mesquitas.
Mas o império definhou após o século 15, à medida que o seu controlo sobre o comércio do ouro decaiu.

O Império Oyo foi fundado, no séc 14, pelos povos Yoruba, no actual território da Nigéria, na savana da África Ocidental. 
O governo era composto por um rei supremo  e um conselho de sete anciãos (Oyo Mesi),que representavam voz do povo e protegiam os seus interesses. O Oyo Mesi estava sujeito ao controlo por um culto judicial e religioso chamado Ogboni.
A economia de Oyo prosperou com o comércio regional do quiabo, o inhame, as tâmaras, o óleo de palma, o peixe, a noz de cola, a pimenta, o marfim e o ouro.
O povo de Oyo utilizava a fundição de ferro para criar ferramentas e armas de ferro que a sua cavalaria utilizava na guerra. 
Através do rio Níger, importavam cavalos e mercadorias do Mediterrâneo.
A localização na savana permitia aos Oyo utilizar cavalos, que não conseguiam sobreviver mais para sul (devido à mosca tsé-tsé). Com esta cavalaria conseguiu expandir o seu domínio, que lhes deu acesso ao comércio europeu, na costa atlântica. 
O império cresceu durante o século 18, à medida que se foi envolvendo mais no comércio de escravos, fornecendo metade dos escravos exportados de África, que provinham dos reinos subjugados de Daóme e Benim.
Quando o comércio de escravos entrou em declínio, o rendimento e a autoridade do Estado diminuíam. O império acabou por cair perante as forças do Império muçulmano Fulani, do norte da Nigéria, em 1835.




África Central Medieval

No século 12, foi fundado o Reino do Zimbábue, pelo povo Shona, de origem bantu, onde ficam situados, hoje, o Zimbábue, Botsuana e Moçambique.
A economia do Grande Zimbábue era baseado na produção de gado, agricultura e no comércio de ouro, cobre, ferro e marfim. Tinham o monopólio do comércio desde a costa sudeste de África até ao interior.
O seu sofisticado sistema de irrigação permitia o cultivo de culturas, que alimentavam a sua população.
Os seus maciços muros de pedra, construídos sem argamassa, são algumas das estruturas mais impressionantes de África.
O desaparecimento deste império é um mistério. Terá acontecido, possivelmente,  pela ascensão do Reino de Mutapa, no séc. 15.


No século 14, surgiu outro grande Império ao longo do rio Congo, o Reino do Congo, que governou partes das actuais Angola, República Democrática do Congo e República do Congo. 
O Reino do Congo era um governo centralizado e uma burocracia sofisticada que rivalizava com a dos estados europeus. 
No final do séc. 15, os navegadores portugueses chegam à costa do Congo e estabelecem relações diplomáticas e comerciais com os governantes do Congo. O Reino do Congo adopta o cristianismo. O que transformou o Congo num centro político e espiritual da África Central. 



África Oriental Medieval

O Reino da Abissínia foi fundado no século 13 d.C. pelos reis da dinastia salomónica que, afirmam descender do rei Salomão da Bíblia. Segundo os etíopes, a rainha Makeda (Sabá) visitou o rei Salomão em Jerusalém e teve um filho chamado Menelik, que viria a ser o primeiro imperador da Etiópia. Quando atingiu a idade adulta, Menelik foi também a Jerusalém e regressou a Aksum com a Arca da Aliança, mencionada na Bíblia.
A fé cristã foi herdade do Reino Aksum e do Reino Zagwe, que haviam governado a região e difundido esta religião.
O Império Etíope difundiu o cristianismo através de conquistas militares e da construção de igrejas e mosteiros. A sua maior ameaça vinha dos estados muçulmanos da África Oriental e do Sul da Arábia.
Nos séculos 16 e 17, a Etiópia estabeleceu relações diplomáticas, militares e religiosas com o reino de Portugal. 
O império possuía um forte exército que derrotou múltiplos invasores ao longo dos séculos, incluindo os italianos, conferindo à Etiópia a distinção de ser o único país de África a nunca ter caído sob influência colonial.



África do Sul Medieval 

O Reino de Mapungubwe, foi estava localizado na África do Sul, logo abaixo do rio Limpopo. 
O reino foi formado, no séc. 11, por povos Bantu que eram pastores e prosperam devido à agricultura, pastoreio de gado e ao acesso a cobre e marfim. 
Entrou em declínio a partir do final do século 13, provavelmente devido ao esgotamento dos recursos locais, a secas e à mudança da rota comercial para locais como o Grande Zimbábue, mais a norte. 
Mapungubwe é Património Mundial da Unesco desde 2003.


África do Norte Medieval

A partir do século 7 d.C. os árabes muçulmanos invadem o norte de África e começam a arabizar e a difundir o  islamismo em Marrocos, Líbia, Sudão, Egipto, Argélia, Tunísia e depois mais a sul Mauritânia, Somália, Eritrea, outros. 
Escravizam e traficam escravos africanos para o Médio Oriente. Os escravos eram usados como soldados, carregadores de mercadorias nas longas viagens, escravas sexual, agricultores, artesãos, servas domésticas, tecelões, ceramistas, outros.
Em algumas províncias do Império Árabe, como no Iraque, os árabes castravam os meninos e homens escravos africanos (os eunucos) para evitar que se reproduzissem. Uma grande percentagem sagraram até à morte. Não se sabem se esta prática de castração era realizada em todo o Império Árabe.
Os escravos do mundo árabe eram, também, brancos, mas foi a África negra quem mais abasteceu os mercados de escravos.
A escravatura pelos árabes duraria, aproximadamente, 1300 anos e só terminaria no séc. 20. Foi a mais longa escravatura da história do mundo.



Idade Moderna

Costa Africana
Nos finais do século 14, os navegadores portugueses começam a aventurar-se pela costa africana à descoberta de uma nova rota comercial para a India, pois os árabes e os otomanos detinham o controlo marítimo das rotas comerciais sobre o mediterrâneo e o mar vermelho e os mongóis o controlo sob a rota comercial terrestre, a rota da seda.
Ao longo da costa africana, os portugueses vão criando relações comerciais e diplomáticas com vários governantes africanos. Portugal estabelece entrepostos comerciais ao longo da costa africana, com o objectivo de obter ouro, marfim e outros produtos valiosos.  
Em 1444, Portugal começa a vender escravos africanos em Lagos. Em 1455, o Papa Nicolau V concedeu a Portugal o direito de traficar escravos africanos, sob a condição de os converterem ao cristianismo.
Entretanto, a Igreja envia missionários para converter as populações locais. 

A Coroa de Castela (actual Espanha) começa a fazer o mesmo. Depois seguem-se a França, Inglaterra, Países Baixos, Bélgica e outros. Estes vão à descoberta de novos territórios, mas, principalmente para se apoderarem dos postos de comércio de Portugal. 

Entretanto, os reinos de Portugal e Espanha descobrem as Américas e necessitam de mão-de-obra para trabalhar nas culturas das novas colónias, intensificando o trafico de escravos africanos. Os entrepostos comerciais, também, serviam de bases para a captura e transporte de escravos. Porém, a grande maioria de escravos foram vendidos a Portugal, por governantes africanos, que em trocam recebiam bens como armas de fogo, que alteraram o equilíbrio de poder entre os povos africanos. 
Entretanto, seguem os mesmos passos a Inglaterra, Países Baixos, França, entre outros.

Durante quatro séculos, foram comercializados, através do Atlântico, cerca de 11 milhões de escravos africanos. 
A colonização europeia da África, iniciada no século 15, desestruturou sociedades locais, que perderam uma percentagem significativa de população em idade produtiva, interrompendo o desenvolvimento social e económico dessas regiões. Após a abolição da escravatura, esses escravos africanos nunca foram devolvidos à suas terras, em África. 

No entanto, a exploração de África entre os séculos 15 e 18 foi limitada às costas africanas. Os europeus concentraram-se no comércio de ouro, marfim e no tráfico de escravos, nos postos comerciais costeiros de África. 
A exploração profunda do interior africano e a "escravização" de toda a população africana começaria no século 19, com a Partilha de África.


Norte África
A partir do séc. 16, os Otomanos tomam a Líbia, Egipto, Argélia, Tunísia,  Djibouti, Eritrea, Somália e Sudão.  Tornando-se províncias otomanas, até ao séc. 19, quando são derrotados pelos britânicos. 
Os turcos otomanos escravizaram e venderam escravos africanos dentro do Império Otomano, durante 300 anos.


África Ocidental
Após o declínio do Império Mali, o Império Songhai ascendeu no século 15 e assume o poder de vastos territórios da África Ocidental, no Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali, Mauritânia, Burkina Faso, Benim, Nigéria e Níger. Tornando-se num dos maiores impérios islâmicos,  na época.
O império possuía um sistema administrativo bem organizado, que dividia os seus territórios em diferentes províncias, cada uma governada pelo seu próprio governador.
A economia do Songhai dependia fortemente do comércio, do ouro e do sal. O império controlava rotas comerciais cruciais que ligavam a África Ocidental com a África do Norte e o Médio Oriente. 
As guerras de sucessão e a invasão marroquina, no séc. 16, marcou o fim do domínio Songhai.


África Central
No séc 15, o Reino de Luba, de origem bantu, governou, o que é hoje a República Democrática do Congo, até ao final do séc 19, altura em que caiu sob o controlo colonial belga. 
Os reis da dinastia governavam com o aconselhamento de um grupo de nobres anciões. 
A sociedade Luba era organizada por clãs, dos quais tinham a sua ascendência.
A economia do reino era baseada na agricultura, na pesca, na metalurgia. e no comércio de cobre e o ferro.As suas extensas redes comerciais estendiam-se até ao Oceano Índico.
Os Luba utilizavam tábuas da memória, as Lusaka, onde era registado eventos históricos e culturais do povo Luba, consideradas um objecto sagrado.


O Reino de Lunda foi estabelecido, no séc 17, no sul da República Democrática do Congo, pelo irmão de um Rei de Luba. O seu filho tornou-se o primeiro governante supremo dos Lunda, o Mwanta Yaav.
O poder era descentralizado, os chefes locais tinham uma considerável autonomia e pagavam tributos ao governador supremo. 
A religião honrava aqueles que cuidavam dos pobres.
A economia incluía a agricultura, o comércio, a caça e a pesca. Comercializavam  escravos, marfim, cobre e sal. Os principais parceiros comerciais eram os árabes e, a partir do século 15, os portugueses. Em troca, recebiam armas e tecidos. O reino prosperou com o comércio de escravos. Os Lunda protestaram contra o fim do tráfico de escravos português, alegando que como já não podiam vender os seus criminosos, tinham que os matar. 
Os Lunda expandiram-se, conquistando territórios em Angola e Zâmbia. 
O reino da Lunda colapsou no fim no século 19, quando foi invadido pelos Chokwe, armados com armas de fogo. O povo Lunda continuou a viver no território Lunda, mas com poder reduzido.
No final do séc 19, as potências coloniais europeias dividiram o território entre a Angola portuguesa, o Estado Livre da Bélgica e a Rodésia britânica.



Sul de África
O Reino Zulu foi fundado, no final do séc 18,  por Shaka Zulu, do grupo étnico bantu, unificando vários clãs, do sul de África. Era uma economia fortemente militarizada, baseada na pecuária.
Era o reino mais poderoso da África do Sul, até à chegada dos britânicos. 
Os guerreiros Zulu lutaram com bravura contra os soldados britânicos, e venceram-nos inicialmente, mas acabariam por ser derrotados, em 1879.
O seu espirito guerreiro inspirou muitos africanos na luta contra o  Apartheid.
No século 21, os Zulus emergiram e representam quase um quarto da população da África do Sul.


África Ocidental
O Reino de Daomé foi  um pequeno reino africano fundado no início do século 17, pelo povo Fon, onde fica, hoje, o Benim. 
O Reino de Daomé foi possivelmente a potência mais importante da costa atlântica da África Ocidental entre 1600 e 1900. O Daomé desempenhou um papel crucial no comércio de escravos, fornecendo mais de 20% dos africanos que eram enviados para o Novo Mundo. 
O reino floresce durante os séculos 18 e 19, pela sua administração centralizada, exército disciplinado, sistemas fiscais e comércio de escravos com os europeus. o reino era conhecido pelo seu corpo de guerreiras, as Amazonas.
O Reino de Daomé foi conquistado pela França no século 19, que governou este reino durante 60 anos, até 1960.




África Oriental
O Reino Bunyoro, também chamado Bunyoro-Kitara, é um reino bantu tradicional do oeste do Uganda. Foi um dos reinos mais influentes e famosos da África Central e Oriental, do século 16 ao século 19, quando foi integrado no império colonial britânico, em 1896. 
Socialmente, era organizada por clãs, sendo o clã real composto por reis e príncipes. Politicamente, o rei tinha autoridade absoluta e nomeava os chefes de condado para administrar cada condado. Mais tarde, foi criado o cargo de Primeiro-Ministro para chefiar o serviço público de todo o Reino. Todos os chefes dos condados lhe reportavam, e ele, por sua vez, reportava ao Rei.
A economia do povo baseava-se fortemente na agricultura e do comércio de produtos agrícolas. 


O Reino Buganda situado ao longo do Lago Victória, no actual Uganda, surgiu da fusão de clãs de língua bantu, por volta do século 14, formando uma única monarquia e unificando os povos sob o governo do Kabaka. 
Buganda tornou-se um reino dominante, na região, durante o século 19, ao anexar regiões ricas em ferro, que estavam sob domínio do Reino Bunyoro. Os baganda eram conhecidos pelo trabalho com ferro e pelo cultivo de bananas.
Antes da chegada das religiões estrangeiras, como o cristianismo e islamismo, os baganda praticavam o culto dos antepassados ​​e veneravam os espíritos da natureza, como Mukasa (deus do lago) e Kibuuka (deus da guerra).
Em 1900, este antigo reino com 500 anos, ficou sob domínio britânico. 
Quando o Uganda conquistou a independência em 1962, o reino de Buganda teve uma considerável autonomia. 


Nos séculos 17 e 19, o Império Ashanti governou grande parte do, que é hoje, Gana e expandiu-se até à Costa do Marfim.
O comércio de escravos e ouro, com os europeus, impulsionou o crescimento do reino. 
seu exército era altamente organizado e adoptou rapidamente as armas de fogo europeias.
Quando os britânicos decidirem colonizar a região, o Império Ashanti resistiu fortemente à invasão e chegou mesmo a travar cinco guerras na tentativa de manter os europeus fora da sua terra. Mas, acabariam por ser forçados a render-se, em 1902. Apenas, em 1960, esta região voltaria a ser independente, como República do Gana.

 


Sudeste Africano
O Império Torwa, também conhecido como Império Butua, foi um influente reino que floresceu no actual Zimbábue, desde o final do século 15 até ao início do século 17. 
O Império Torwa foi fundado pelo povo Torwa, que era parente do povo Shona, do Reino do Zimbábue.
A capital Khami era um importante centro de comércio e cultura da região, protegida de invasões por um impressionante sistema de muralhas, fossos e estruturas defensivas.
O Império Torwa era conhecido pelos seus artesãos altamente qualificados, que criavam complexas esculturas em pedra e cerâmicas. 
A economia do império baseava-se na agricultura, criação de gado, artesanato e mineração de ouro, marfim e cobre. 


Reino de Mutapa foi estabelecido no séc.15, por um líder guerreiro bantu do Reino do Zimbábue. Governou uma grande região na África Central, nos actuais países do Zimbábue e de Moçambique. 
Os homens Mutapa casavam com muitas mulheres e tinham muitos filhos.
A base da sua economia era a criação de gado e o o cultivo de cereais, como millet, sorgo e rapoko.
O rei possuía um grande campo no qual todo o povo cultivava. Os produtos do campo do rei podiam ser distribuídos aos súbditos durante a seca ou usados ​​em cerimónias nacionais.
Com a expansão territorial e o comércio de ouro e marfim, o reino enriqueceu. Portugal estabeleceu relações comerciais, em 1508, que em troca, principalmente de ouro, os portugueses forneciam armas de fogo, ferramentas de ferro, jóias, roupas, entre outros
As armas de fogo alteraram o equilíbrio de poder, dando ao reino Mutapa uma vantagem militar sobre os seus rivais africanos. Esta relação comercial também expôs o povo Mutapa a novas influências culturais e religiosas, levando a uma mudança gradual do seu modo de vida.
No entanto, os portugueses, movidos pelo desejo de controlar as riquezas da região, tomaram Mutapa, em 1628, e instalaram um governo fantoche.
O reino entrou em colapso quando a guerra civil eclodiu em 1759, após a morte do rei. Com a queda de Mutapa, os portugueses apoiaram Changamire Dombo na criação do Império Rozwi, assegurando o controlo indirecto sobre os recursos da região.


Reino Rozwi, que também era parente do povo Shona, e vassalo do reino de Mutapa, começou a expandir o seu território e, por fim, conquistou o Império Torwa no início do século 17.
A criação de gado era a base da economia e aqueles que possuíam grandes rebanhos de gado eram muito respeitados e tinham um elevado estatuto social. O seu comercio externo era baseado no marfim da caça aos elefantes e na mineração do ouro.
Os Rozvi eram polígamos, os homens ricos podiam casar com muitas mulheres.
A religião e a política no estado Rozvi estavam interligadas. O Mambo, chefe do Estado era considerado um semideus, tinha várias esposas que formavam uma rede de espionagem, informando o rei sobre assuntos que pudessem ameaçar o Estado. 
O Changamire (rei) governava com o aconselhamento de sacerdotes, chefes militares e governadores provinciais.
O Reino Rozwi perdurou 150 anos, mas as sucessivas secas resultaram no esgotamento dos rebanhos bovinos; o esgotamento do ouro levou à perca do comércio externo; as invasões de vários povos Ngumi; e as guerras de sucessão pelo poder levou à divisão e colapso do império. 
As suas capitais estão entre as ruínas mais impressionantes de África.


Abolição da Escravatura
A partir da metade do século 18, os governantes europeus começaram gradualmente a abolir a escravatura nos seus países, mas mantiveram as colónias e a escravatura nestas. 

Em 1761, o Marquês de Pombal proibiu a importação de escravos africanos para Portugal e liberta todos os escravos trazidos para Portugal. No entanto, o comércio de escravos africanos para o Brasil continuou até á independência desta colónia, em 1822. A escravatura foi definitivamente abolida no Império Português, em 1869.

O Reino Unido proibiu a escravatura nas suas colónias em 1833, e a França fez o mesmo em 1848.

As populações negras já não são escravas, ou seja, tornam-se livre e já não podem, por lei, serem vendidas ou compradas. Mas os ex-escravos traficados nunca foram devolvidos às suas terras e viviam em extrema pobreza, pois foram privados de educação e de salários durante a escravatura. E não foram compensados ​​pela sua escravidão, pelo contrário, o preconceito racial branco persistiu. São discriminados e tratados como cidadãos inferiores, sem os mesmos direitos dos brancos.

Os EUA, ex-colónia europeia até 1776, aboliu a escravatura, em 1865.
A maioria dos afro-americanos do Sul, embora livres e com alguns direitos, viviam em extrema pobreza. Os ex-escravos rurais tiveram que submeter-se a alugar terras a antigos proprietários de escravos, pagando o aluguer da terra com uma parte da sua colheita. Já os escravos urbanos arranjavam trabalhos não-qualificado, por salários mais baixos que os brancos. 


Ku Klux Klan
Muitos americanos brancos dos Estados do sul dos EUA, não concordando com a abolição da escravatura e os negros terem direitos,  formaram, entre 1865 e 1866, o grupo racista KKK (Ku Klux Klan) e aterrorizam os afro-americanos recém libertos, para imporem a supremacia branca, no sul. 
Milhares  de cidadãos brancos dos Estados do  sul juntam-se ao Klan, vestem lençóis brancos, capuzes e integram patrulhas durante a noite, onde cometem crimes de espancamentos, mutilações, assassinatos e incendiam casas.

A intimidação do Klan provou ser muito eficaz em manter os eleitores negros afastados das urnas.  Os democratas brancos do Sul ganharam as eleições com facilidade e aprovaram leis que anulam os direitos que os negros tinham conquistado. O resultado foi um sistema oficial de segregação racial que vigorou como lei durante mais de 80 anos.

O movimento Klan reencedeu em 1915, com o apoio do filme "O Nascimento de uma Nação", e expandiu-se nacionalmente, chegando a contar com cinco milhões de membros,e alargando os seus alvos para judeus, católicos, imigrantes e homossexuais
 
A sua actividade intensificou-se nos anos 1950, como resposta violenta ao movimento negro pelos direitos civis, com ataques como o bombardeamento à casa de Martin Luther King Jr., em 1953, e o atentado na igreja baptista em, Alabama, em 1963, que matou quatro meninas negras.

Apesar do seu declínio, após a aprovação da Lei dos Direitos Civis, em 1964, e a queda das leis "Jim Crow", a KKK, ainda,  existe, embora enfraquecida.




Idade Contemporânea

Era do Imperialismo
A Europa começa a industrializar-se rapidamente e precisa, agora, de mais matéria prima, mais mão-de-obra e novos mercados. Com a perda da maioria das colónias americanas, os europeus voltam-se para África.

A conclusão do Canal do Suez, em 1869, facilitou o acesso das potências europeias à África e a competição europeia pela costa africana começou a intensificar-se. 
Para evitar guerras, reúnem-se 11 líderes de Estados europeus (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Portugal, Reino Britânico e Suécia-Noruega) e os lideres dos EUA, da Rússia e do Império Otomano, na Conferência de Berlin, de 1884-85, e dividem a África entre 7 países europeus.
A África seria, agora, totalmente tomada e explorada pelos europeus. A Partilha de África teria inicio em 1885 e continuaria até 1914.

As potências europeias dividiram o continente africano, sem consultar os governantes africanos e desconsiderando fronteiras étnicas e culturais.





Os Espanhóis ficaram com a cidade de Ceuta, ilha de Melilla, Ilhas Canárias, Sahara Ocidental e Guiné Equatorial.

Os italianos: Líbia, Somália, Djibouti, Eritreia e províncias da Etiópia "cedidas" pelo Imperador da Etiópia.

Os Franceses ficariam principalmente com a África Ocidental: Benim, Costa de Marfim, Marrocos, Argélia, Tunísia, parte de Senegal, parte de Gâmbia, actual República Centro-Africana, Chade, actual República do Congo, Gabão Burkina Faso, Mali,  Níger, Mauritânia, Comoros e Madagáscar.

Os Britânicos explorariam parte do Norte de África e o Sul de África:  o Botsuana, Quénia, Nigéria, África do sul, Zanzibar, Maláui, Uganda, Rodésia do Sul (actual Zimbábue), a Rodésia do Nordeste e a Rodésia do Noroeste (ambas actualmente Zâmbia), o Sudão, o Egipto, parte de Senegal, parte de Gâmbia e Serra Leoa.

Os Alemães teriam o domínio de regiões no Sudoeste de África Sudoeste e na África Oriental: Namíbia, Tanzânia, Togo, Camarões, Ruanda e Burundi.

Os Portugueses com Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

E os Belgas com o recém constituído Estado Livre do Congo.

Este período de dominação europeia alterou as sociedades, economias e estruturas políticas africanas. Os sistemas políticos tradicionais foram desmantelados e substituídos por administrações coloniais centralizadas, muitas autoritárias e opressivas.

As economias indígenas foram remodeladas para atender os interesses europeus de extração de recursos, com o cultivo de produtos comerciais a substituir as diversas práticas agrícolas. Submetendo as populações africanas a sistemas de trabalho forçado nas suas próprias terras, para desenvolver as industrias europeias e enriquecer as nações europeias.

As estruturas sociais foram fragmentadas, com a imposição de fronteiras artificiais que misturavam grupos étnicos e aumentava as tensões existentes, provocando guerras, que eram alimentados pelos europeus.

Muitos  africanos foram expulsos das suas terras ancestrais. Isto significou não só a perda dos seus meios de subsistência, mas também o corte da sua ligação com a sua herança cultural. Os modos de vida tradicionais foram suprimidos, as línguas marginalizadas e as práticas culturais proibidas.


Etiópia
O imperador etíope Menilek II assina, em 1889, o Tratado de Wichale (Ucciali) com a Itália, reconhecendo as possessões italianas ao longo da costa do Mar Vermelho, no Corno de África, incluindo a antiga província etíope da Eritreia.

Em 1896, as forças italianas tentam invadir a Etiópia, mas são derrotadas pelo exército etíope, na Batalha de Adwa. A primeira derrota esmagadora de uma potência europeia por parte das forças africanas durante o período colonial.

No entanto, no decorrer da Primeira Guerra Mundial, em 1935, a Itália invadirá novamente a Etiópia, desta vez com sucesso. Porém, o governante etíope Haile Selassie I fugirá.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas britânicas e os guerreiros etíopes libertarão a Etiópia do domínio italiano fascista, em 1941, e o rei etíope regressará ao trono.


Guerra dos Boers (1899-1902)
Tensões persistentes entre os colonos britânicos e as duas repúblicas Bóers (descendentes dos colonos holandeses do século 17), levam à Guerra da África do Sul, a 11 de Outubro de 1899. 
Apesar de algumas batalhas perdidas, em 1902, os britânicos derrotam os Boers. As duas repúblicas bóeres - a República da África do Sul (Transvaal) e o Estado Livre de Orange -  passam a ser administradas pelos britânicos.
Em 1910, o parlamento britânico cria a União Sul Africana, uma região autónoma, composta por quatro províncias: Colónia do Cabo, Natal, Transvaal e Estado Livre de Orange. 


Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
A Primeira Guerra Mundial começa a 28 de Julho de 1914 e afectará África, particularmente as colónias alemãs de Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda e Burundi. Os africanos são obrigados a combater nesta guerra.

A Primeira Guerra Mundial termina a 11 de Novembro de 1918, com os Aliados (Reino Unido, França, Itália, Bélgica, outros) a derrotarem as Potências Centrais (Alemanha, Otomanos e Império Austro-Húngaro, outros).

Após a Primeira Guerra Mundial, fica acordado que os aliados ocupariam as colónias do Império Otomano e da Alemanha. 

Em 1922, a França fica com os Camarões, Togo e parte de Burundi.

Os britânicos com a Nigéria e parte do Gana. 

A Bélgica ocupa Ruanda e o Burundi.



A Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Mais uma vez as guerras europeias afectarão a África, principalmente as colónias italianas - a Líbia, a Eritreia, Somália, Djibouti e Etiópia. Os africanos são enviados para combater em África e na Europa.

A Segunda Guerra Mundial termina a 2 de Setembro de 1945. 

O Reino Unido e a França dividem a Líbia. A Somália e a Eritreia ficam sob protectorado britânico  e o Djibouti ficam sob domínio francês.

Em 1952, a Eritreia é unida à Etiópia.


Os Genocídios Africanos
Durante a colonização europeia, reinos e impérios africanos foram invadidos e ocupados, as populações africanas foram violentamente forçadas a trabalhar nas suas próprias terras e a pagar impostos elevados para lucro dos colonos europeus.

Além disso, os colonos europeus espancaram, torturaram, abusaram sexualmente, assassinaram em massa e queimaram plantações e aldeias inteiras.

Alguns dos genocídios mais brutais que ocorreram nessa altura, foram:

Genocídio do povo congolense, entre 1885 a 1908, na actual República Democrática do Congo, pelos colonos belgas.
As suas terras são brutalmente ocupadas pelo reino da Bélgica, pelo rei Leopoldo II, com o objectivo de obter o controlo directo sobre os recursos naturais, mão-de-obra e produção, principalmente da borracha.  
A população congolesa era forçada a extrair diariamente quantidades rigorosas de borracha. Cada vez que as metas diárias  não eram cumpridas por um trabalhador, um familiar seu era morto, ou a sua mão era amputada, ou chicoteados, ou poderia ser enforcado. 
Se um trabalhador se revoltasse, toda a sua aldeia poderia ser queimada. 
Com os assassinatos em massa de mais de 10 milhões de congoleses e a morte por doenças e fome, estima-se que a população do Congo tenha sido reduzida para metade durante este período.
O rei Leopoldo II construiu o Museu de África nos terrenos do seu palácio, em Tervuren, que continha um "jardim zoológico humano" com 267 congoleses.
No entanto, após a Conferência de Berlim de 1885, 

Genocídio dos povos Ndebele e Shona, de 1896 a 1897, no actual Zimbábue, pelos colonos britânicos.
Os Ndebele revoltarem-se contra o trabalho forçado, o roubo do seu gado e a violência física e sexual pelos colonos britânicos.  
Já o povo Shona revolta-se quando se apercebe que a intenção dos britânicos era dominar as suas terras e não de os libertar dos Ndebele. Além disso, a Companhia Britânica da África do Sul impedia os Shona de negociar com os portugueses, em Moçambique, e obrigava-os a comprar mercadorias trazidas da África do Sul, que eram mais caras e de qualidade inferior que as dos portugueses. Isto, para reduzir a influência portuguesa na região. Os britânicos recusaram-se, ainda, a vender marfim e ouro aos portugueses, que eram os parceiros comerciais de longa data dos Shona, para diminuir drasticamente a fonte de rendimento dos Shona. E os Shona eram obrigados a pagar altas taxas aos britânicos.
Os Shona juntam-se à revolta dos seus rivais Ndebele, que ficou conhecida como as Guerras Chimurenga ou a Revolta Shona-Ndebele. 
Mas estes povos africanos, armados com lanças, flechas e as suas crenças de protecção divina, não tinham como vencer as armas de fogo dos britânicos e os reforços militares que chegavam. 


Genocídio das tribos Herero e Nama, entre 1904 e 1907, na actual Namíbia, ocorreu por se revoltarem contra a ocupação das suas terras pelos colonos alemães, sem puderem pastar o seu gado.
O general prussiano Lothar von Trotha ordenou o extermínio total dos Hereros e dos Nama.
Estima-se que 65 mil Hereros e 10 mil Namas foram assassinados por tropas alemãs, ou morreram de violência, fome ou doenças em campos de concentração. E os sobreviventes, que fugiram para o deserto, morreram de fome e sede. 
Metade do povo Nama e 85% da povo Herero foram mortos pelos alemães. Estes povos nativos da Namibia foram quase extintos em 3 anos.

Em 28 de Maio de 2021, a Alemanha reconheceu os crimes cometidos pelas autoridades coloniais alemãs contra os povos Herero e Nama, pediu desculpa e prometeu investir mais de 1 bilhão de euros em ajuda para reconstrução, a ser paga ao longo de um período de 30 anos. 
No entanto, o governo alemão rejeita o pagamento de indemnizações às famílias, que estes povos exigem.

Prisioneiros das tribos Herero e Nama capturados das revoltas contra os alemães, na Namibia.


Genocídio do povo Maji Maji, entre 1905 e 1907, na actual Tanzânia, pelos colonos alemães, por os Maji Maji se revoltarem contra o trabalho  forçado, os elevados impostos e o cultivo de algodão nas suas terras que os impedia de cultivarem os seus próprios alimentos, levando à escassez de alimentos e fome.
A maior rebelião foi influenciada por uma forte crença num líder espiritual chamado Kinjikitile Ngwale, do grupo étnico Matumbi, que disse que o espirito Hongo havia descido nele, dado-lhe o poder de protege-los com água (maji) das balas alemãs. Esta crença uniu vários grupos étnicos e encorajou-os a enfrentar as forças alemãs.
As tropas alemãs, reforçadas por auxiliares africanos, mataram em massa, destruíram aldeias, plantações e provisões de alimentos. 
Os guerreiros sobreviventes enfraquecidos pela fome e pelas doenças, não conseguiram manter a resistência.
As estimativas sugerem que entre 200.000 e 300.000 africanos morreram.




Descolonização
Depois de 90 anos de exploração intensiva, as populações negras começam a revoltar-se e a lutar pela sua independência. 

Líderes e intelectuais africanos emergiram defendendo o nacionalismo, o fim do domínio colonial e a independência dos povos africanos. Mobilizando as populações para a união e a mudança.

Países como a União Soviética, a China e a Índia, ofereceram apoio político, militar e financeiro aos movimentos de libertação africanos, reforçando a sua capacidade de resistir às forças coloniais e de fazer avançar as suas lutas pela independência.

Algumas regiões africanas, como o Gana, a Tanzânia usaram a resistência pacifica, como greves, marchas e manifestações, com o objectivo de desestabilizar os sistemas coloniais e expor as suas injustiças.

Outras regiões usaram a guerra de guerrilha, empregando tácticas de ataque e fuga e emboscadas. Como o Quénia (Mau Mau), a Argélia, o Zimbábue, a Angola, Moçambique envolveram-se em conflitos armados prolongados, infligindo custos significativos às forças coloniais e contribuindo para a sua retirada.

A partir do final da Segunda Guerra Mundial, a África começa, finalmente, a libertar-se do domínio europeu. Surgindo novos Estados africanos.

Sendo Djibouti o último país a ser descolonizado, em 1977.

Infelizmente, as potências europeias conseguem exercer novamente influência política e económica sobre os novos governos africanos, com esquemas políticos para manter o controlo indirecto sob regiões africanas e os seus recursos naturais.


O Apartheid 
Numa altura que os países africanos estavam libertando-se do domínio europeu, a África do sul fica sob um governo racista que introduz um conjunto de leis de discriminação da raça negra, impondo a supremacia da minoria branca africana (descendentes de holandeses e ingleses), que se prolongou de 1948 a 1994.

O termo "apartheid", que significa "separação" em africânder, baseava-se num sistema que dividia a população em grupos raciais, separando negros e brancos em locais públicos; proibindo casamentos inter-raciais; criando áreas residenciais exclusivas subdesenvolvidas para negros; restringindo a circulação de negros em certas regiões; privando a população negra do direito ao voto; submetendo os negros a um sistema educacional inferior, enquanto os brancos detinham os cargos de poder e os empregos mais bem remunerados.

A resistência ao regime foi liderada por figuras como Nelson Mandela, que foi preso em 1962 e passou 27 anos na prisão, tornando-se um símbolo global da luta contra a opressão.
O fim do Apartheid foi impulsionado por, protestos, greves, sanções internacionais e o isolamento diplomático da África do Sul.
Em 1990, o presidente Frederik de Klerk anunciou o fim das principais leis segregacionistas e libertou Mandela, iniciando negociações que culminaram nas primeiras eleições multirraciais em 1994, quando Mandela foi eleito presidente da África do Sul, marcando o fim oficial do regime.
As consequências do Apartheid, especialmente as desigualdades sociais e económicas, persistem até os dias de hoje.





África na actualidade



Não é simples descrever a situação actual de África, pois África não é um país. É o continente com mais países de mundo.

No entanto, pode-se dizer que o continente africano é formado por países recentes, com uma pesada herança colonial, enfrentando desafios de desenvolvimento, onde existe, ainda, muita desigualdade sócio-económica, conflitos políticos, guerras civis violentas, pobreza, sistemas de saúde e educação insuficientes e deficientes. 

No entanto, países como Nigéria, África do Sul e Quénia têm se destacado como importantes centros económicos e tecnológicos no continente africano.

Certamente, muitos outros países seguirão, quando conseguirem resolver os problemas com que se debatem. 

Sendo que, segundo estatísticas de 2024:

Os países, actualmente, com maiores níveis de pobreza são: Burundi, República Central de África, Moçambique, República Democrática do Congo e Níger.

Países africanos, actualmente, mais ricos em recursos naturais: República Democrática do Congo, Nigéria, África do Sul, Angola, Argélia, Gana, Líbia, Zâmbia, Botsuana, Sudão e Sudão do Sul.

Países, actualmente, mais industrializados: Quénia, Maurício, África do Sul, Nigéria, Senegal, Marrocos, Egipto, Tunísia e Namíbia.

Países, actualmente, com classe média em crescimento: África do Sul, Nigéria, Quénia, Gana, Botsuana, Namíbia, Cabo Verde e Gabão.

Países africanos, actualmente, com melhores sistemas de saúdeÁfrica do Sul, Quénia, Tunísia, Argélia, Nigéria, Egipto e Marrocos.

Países, actualmente, com níveis mais altos de educaçãoSeicheles, África do Sul, Maurício, Zimbábue, Botsuana, Gabão, São Tomé e Príncipe, Tunísia, Argélia e Egipto

Países, actualmente, politicamente mais instáveis: Sudão, Burkina Faso, República Central de África, Chade, Níger, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Eritrea, Mali e Ruanda.


África tem 54 países, uma população total de cerca de 1,55 biliões, muito jovem, em idade produtiva, e é o continente mais rico do mundo em  recursos naturais: petróleo, gás natural, ouro, diamantes, cobre, prata, ferro, cobalto, níquel e bauxita, cacau, borracha, terras agrícolas, entre muitos outros. 

Ou seja, África poderia investir na educação e formação profissional da sua população, industrializar-se fortemente, tornar-se economicamente independente de empresas e mercados internacionais e ser o seu próprio mercado. 

Poderia apostar, igualmente, nas exportações, mas não deixar que os seus governantes se corrompam pelos países desenvolvidos e pelas suas manobras imperialistas.

A União Africana e outras organizações, têm procurado promover a cooperação entre os países africanos e solucionar conflitos. 

Politicamente, vários países africanos têm colocado mulheres na liderança do governo, como a Libéria (2006), o Maláui (2012), a Etiópia (2018), o Gana (2024) e a Namíbia (2025).
O Ruanda é o país com mais deputadas mulheres mundialmente. Quebrando padrões machistas de desigualdade e abrindo caminho para as futuras gerações, mostrando-lhes que a liderança política não é definida pelo género.


A Influência Africana no Mundo
O legado cultural africano encontra-se muito para além do próprio continente africano, pois os africanos escravizados levaram os seus ritmos, crenças e sabores que moldaram as Américas, contribuindo para novas formas culturais como o jazz e o blues.

No desporto, atletas de descendência africana destacam-se em diversas modalidade, em todo o mundo. 

No cinema, actores e actrizes de descendência africana brilham em grandes produções americanas.

Na música, cantores de descendência africana lideram tops musicais e enchem salas de concertos, em todo o mundo.

Na política, descendentes africanos tem ocupado cargos importantes, como Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA.

Na moda, manequins de descendência africana tornam-se ícones de beleza global, como Naomi Campbell.

Tem, também, dado importantes contribuições noutras artes e ciências.



Conclusão

África nunca foi um continente negro à espera de ser descoberto e iluminado pelos desenvolvidos brancos.

As antigas civilizações africanas desenvolveram os próprios sistemas de escrita, foram pioneiras nos avanços na medicina, na matemática, na arquitectura, na rega e estabeleceram rotas comerciais que ligavam a África à Ásia e à Europa, alimentando a troca de bens e ideias. Além disso, cultivaram ricas tradições de arte, música e espiritualidade.

As nações, ditas, desenvolvidas que alegavam querer ajudar África a desenvolver-se, efectivamente construíram vastas redes de transportes por todo o continente, como caminhos-de-ferro, pontes, estradas e portos; construíram sistemas de saneamento; hospitais e introduziram novas culturas e métodos agrícolas. Que apesar de terem sido construídas para facilitar a sua exploração de África e das comunidades europeias envolvidas nessa exploração, melhorou, também, a vida de muitos africanos.

No entanto, os países europeus geraram muitos dos problemas que a África enfrenta actualmente.  A Partilha de África, desmantelou estruturas políticas, modificou as fronteiras africanas e misturou diferentes povos étnicos, que desencadearam guerras civis e genocídios em países como Ruanda, Sudão, Angola, Congo e Somália. Que perduram em muitas regiões até aos dias de hoje.

A economia africana foi reorganizada para servir os interesses europeus,  tornando-a dependente.

O imperialismo teve, também, um impacto cultural significativo. Pois os europeus menosprezavam a cultura africana e acreditavam que a sua cultura e valores eram superiores, tendo que ser ensinado aos africanos. 
Então, os colonos introduziram o cristianismo e a educação ao estilo europeu (escolas), o que levou a mudanças  significativas nas tradições, línguas, costumes ancestrais e religiões dos povos nativos.

Esta crença de superioridade e a exploração de África foram justificadas pelos governos europeus com o conceito de darwinismo social, ou seja, que alguns grupos étnicos ou raças são superiores a outros e, por isso, mais "aptos" para governar.


É verdade que a escravatura e exploração sempre existiram nas civilizações da Europa e do mundo. 

É verdade, também, que todos os países do mundo já foram colonizados, massacrados e escravizados, alguma vez na história do mundo.

E sim, é verdade que a escravatura já existia, na África, desde a Idade Antiga. Existem registros no Antigo Egipto de escravização de prisioneiros de guerra.

A escravatura continuou na África, na Idade Média, com o Império Árabe a transportá-los para fora de África, para o Médio Oriente.

O tráfico de escravos africanos foi intensificado, durante a Idade Moderna, com os  portugueses a iniciarem o tráfico de escravos em massa para as colónias americanas, seguidos por outras potências europeias. 

E é um facto, que a grande maioria de escravos africanos foram vendidos aos europeus por governantes africanos, que enriqueceram com este negócio.

Mas o imperialismo praticado pelas potências europeias, na Idade Contemporânea, "escravizou" populações de um continente inteiro e explorou os recursos naturais de todo o continente.

A Europa Ocidental, de hoje, não só foi construída com base na mão-de-obra "escrava" e da apropriação dos recursos africanos, mas também envolveu as colónias de África nas suas guerras e usou os africanos para lutar nas suas guerras - Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Assumindo a sua responsabilidade histórica, o Parlamento Europeu e os representantes do Governo da Alemanha (em 2021) dos Países Baixos (em 2022) e da França (em 2023) pediram oficialmente desculpa às suas antigas colónias pelos crimes de escravatura e tráfico escravo. 

Em 2007, o Primeiro-ministro britânico Tony Blair expressou verbalmente a sua tristeza e arrependimento pelo passado colonial, mas não apresentou um pedido formal de desculpas.  
O rei Filipe, da Bélgica fez o mesmo, em 2020. E o rei Carlos, do Reino Unido, também, em  2023. Mas não oficialmente.

Em Abril de 2014, o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu desculpa e sugeriu que Portugal fizesse um pedido de desculpa oficial e reparações históricas aos países vitimas dos crimes de escravatura transatlântica, na época colonial portuguesa. Indemnizando-os através do perdão de dívidas, cooperação, concessão de linhas de crédito e de financiamento.

O Papa João Paulo II pediu desculpa, em 1985, à África negra pelo envolvimento dos cristãos e da Igreja católica.

Afinal o Apartheid na África do Sul, terminou à apenas 30 anos atrás.
A descolonização de África terminou à apenas 50 anos atrás.
O genocídio do Congo belga terminou à apenas 65 anos.
A segregação racial nos Estados Unidos terminou à apenas 71 anos.

25 de Agosto é o dia internacional das Nações Unidas, pela memória das vitimas  de escravatura e de tráfico escravo.

Infelizmente, a exploração de África não faz parte do passado. Continua até aos dias de hoje, pelos países tão desenvolvidos e civilizados da actualidade, que pregam valores de igualdade, de justiça, de humanidade e solidariedade.
Os países desenvolvidos continuam a bloquear o crescimento de países africanos para mantê-los como fontes de matérias-primas e mão-de-obra baratas. 

O imperialismo opera, hoje, através dos investimentos de empresas multinacionais que, ao mesmo tempo que corrompem governantes africanos e desenvolvem alguns países subdesenvolvidos africanos, mantêm-os numa situação de dependência económica.

Em vez de chamarmos África de continente pobre, atrasado, sem esperança. Podemos adjectiva-lo de um continente de possibilidades, de esperança, de povos lutadores de sorriso fácil...



Glossário

EscravaturaÉ a compra e venda de seres humanos, sejam bebes, crianças ou adultos, como mercadoria. Tornando-se propriedade do comprador. 
Os escravos podiam ser prisioneiros de guerra ou pessoas retirados da sua terra, da sua família durante a conquista de territórios, privando-os da sua liberdade para os sujeitar a uma vida de escravidão de trabalhos forçados sem remuneração, a violência sexual e física, até à sua morte. 
Os escravos não tinham quaisquer direitos. O assassínio de um escravo era considerado dano de propriedade e o dono do escravo morto deveria ser indemnizado. 
As crianças nascidas de mulheres escravas, passavam a ser escravas e propriedade do mesmo dono.


Evangelização - Acção de pregar a fé cristã com a intenção de converter ao cristianismo.

Colonialismo  É a ocupação e controle directo de territórios estrangeiros, envolvendo a exploração de recursos, utilizando a população como mão-de-obra escrava e impondo um novo governo, uma nova cultura e língua.


Imperialismo - É a  dominação política, económica e pode ser, também, militar, sem necessariamente ocupar fisicamente o território estrangeiro, de forma a extrair o máximo de recursos naturais para abastecer as suas indústrias, submeter as populações locais a trabalhar quase gratuitamente e a pagar taxas elevadas.
As nações dominadas podem manter uma certa autonomia formal, mas estão sob a influência e controlo da potência imperial, utilizando, por exemplo, acordos comerciais ou influência política. 






Imagens - Wikimedia Commons




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