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História de Expressões Portuguesas - Parte I

 

O terramoto de 1755, pintura de João Glama , de 1756 -1792.


"Lá vai a Maria com as outras"  - A rainha D. Maria I, depois que deixou de governar Portugal, por problemas mentais, só era vista, pelo povo, quando saia para passear com as suas damas de companhia,  e o povo, ao vê-las, dizia: “Lá vai a Maria com as outras”. Com o tempo, esta expressão tornou-se sinónimo de quem segue outros sem pensar.

 "Jurar a pés juntos"Esta expressão surgiu devido às torturas executadas pela Santa Inquisição, onde o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para confessar.

"Bicho de Sete Cabeças"Tem origem na mitologia grega, na lenda da Hidra de Lerna, um monstro de sete cabeças que, ao serem cortadas, renasciam. Matar esta criatura foi uma das doze proezas realizadas por Hércules. 
A expressão ficou popularmente conhecida por alguém exagerar a dificuldade de resolução de problema ou tarefa.

"São farinha do mesmo saco" -  Expressão utilizada para generalizar um comportamento reprovável. Como a farinha boa é posta em sacos diferentes da farinha má, faz-se essa comparação para insinuar que os bons acompanham os bons e os maus preferem os maus.

Foi para o maneta”  - Durante as invasões francesas, chegou a Lisboa um oficial que tinha só uma mão. Quem caía nas suas mãos estava perdido. A expressão sobreviveu como forma de dizer que algo já não tem volta a dar – perdeu-se, estragou-se.

"Tira o cavalinho da chuva" - A expressão remonta ao século 19. Nessa altura, quando uma visita iria ser breve, deixava o cavalo em frente à casa do anfitrião. Já se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, protegendo o animal da chuva (e do sol). No entanto, o convidado só poderia proteger o cavalo da chuva se o anfitrião lhe dissesse: “Pode tirar o cavalo da chuva”.

 “Ficou a ver passar navios” - Quando as tropas de Napoleão chegaram a Lisboa, em 1807, a Família Real já estava a embarcar para o Brasil. Os franceses nada puderam fazer, ficaram a olhar o Tejo e os navios a afastarem-se. É, por isso, uma forma popular de dizer que é uma oportunidade perdida à frente dos olhos.

“Foi rés-vés Campo de Ourique” - Esta expressão tem origem no grande terramoto de 1755, que destruiu Lisboa, mas a zona de Campo de Ourique ficou praticamente intacta. Foi por pouco que não foi destruída, rés-vés. Desde então, diz-se assim quando escapamos por um triz.

 “Caiu o Carmo e a Trindade”.  - Voltamos ao mesmo terramoto. Dois conventos enormes — o do Carmo e o da Trindade — ruíram com estrondo. Hoje, usamos a expressão para expressar choque por uma situação.

Isso são outros quinhentos - Nasceu a partir de uma lei que vigorou na Península Ibérica, no século 13,.Segundo a mesma, quem ofendesse um nobre tinha de lhe pagar 500 soldos. Se reincidisse teria de pagar “outros quinhentos”. A expressão pegou e daí ficou.

"Tem o rei na barriga" - Durante o período da monarquia portuguesa, uma das notícias mais festejadas pelo reino era que o rei teria um herdeiro para sucede-lo. A rainha tinha o rei na barriga! Logo, a rainha Passava a ser mais mimada, tratada com mais atenção e cuidado uma vez, que ela estava a gerar o futuro do reino. O que podia levar a um comportamento altivo e pretensioso da rainha.
Hoje, esta expressão, é usada para dizer que alguém é arrogante, prepotente e achasse mais importante que os outros.


 


Imagem wikimedia commons

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